Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Complexidade do Resultado do Plebiscito do Reino Unido

24 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

imageO resultado do plebiscito realizado no Reino Unido terá tantas consequências sérias que tendem a se espalhar não só pela Europa como o resto do mundo. Até o Brasil acabará sendo afetado, ainda que muitos dos procedimentos devam se estender por cerca dos próximos dois anos sem muitos detalhes ainda a serem definidos.

A saída do Reino Unido da Comunidade Europeia espalha problemas pelo mundo, inclusive para o Brasil

No mundo cercado de incertezas, a decisão do plebiscito efetuado no Reino Unido acaba criando um problema mundial que terá consequências inclusive para o Brasil. Deverá efetivar todas as medidas indispensáveis, que começou com a renúncia do premiê David Cameron a ser concretizada em outubro próximo, e deve deixar um rastro de incerteza que não ajuda ninguém, tanto que as bolsas como as cotações de muitas moedas acusam pioras substanciais.

Tudo indica que há possibilidade do Reino Unido deixar de contar com a Escócia, que já vinha tentando esta separação. O plebiscito naquele país que revelava a disposição de continuar na Comunidade Europeia, mas foi arrastada junto com a votação observada.

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O premiê David Cameron cometeu diversos erros de avaliação e renunciou ao cargo, o que deverá se efetivar em outubro próximo. Foto publicada em diversos jornais

Londres era o grande centro financeiro europeu e deverá deixar muitos dos papéis que exercia, que poderão ser transferidos principalmente para Frankfurt, na Alemanha, com maior estabilidade e importância econômica. Este processo deixa muitas questões a serem decididas nos próximos anos, no mínimo.

A circulação das pessoas com a facilidade do passaporte europeu deve sofrer algumas alterações a serem negociadas, havendo diversas alternativas que já estão sendo adotadas naquela parte do mundo. Os vistos para os brasileiros, bem como os que possuem passaportes de outros países europeus, poderão ficar mais complicados, num país que está procurando restringir a migração, um dos motivos que levou a esta decisão no plebiscito.

As relações comerciais do Reino Unido com a Europa eram intensas, mesmo não se utilizando a mesma moeda, o Euro. Como elas ficarão, tanto nas exportações do Reino Unido para a Europa como vice-versa, ainda não estão devidamente avaliadas. Muitas negociações serão indispensáveis para o estabelecimento de regras e enquanto isto reinará a incerteza, que em nada contribui para todas as partes.

Atribui-se estas reações emocionais ao abuso dos burocratas da Comunidade Europeia que procuravam concentrar os poderes para interferir nas questões nacionais, com uma máquina administrativa exagerada. Muitos acreditam que serão retomados os controles nacionais, mas os custos destes avanços seriam exagerados. O pior é que existem outras aspirações regionais por maior independência e o caso do Reino Unido deve estimular outras iniciativas separatistas que não se restringem somente à Europa.

Cautelas adicionais deverão afetar os acordos multinacionais em negociação, inclusive os que estariam sendo tentados pelo Brasil. Medidas protecionistas tendem a se multiplicar, desestimulando o comércio internacional que vinha se expandindo. A revista The Economist, que vinha se preocupando com estas possibilidades, publica extensas matérias que já estavam sendo preparadas para a eventualidade, mas sobre as quais não existem certezas.

O que fica evidente é que estas decisões foram motivadas por exageros de preocupações emocionais, sem que avaliações mais profundas dos custos e benefícios tivessem sido efetuadas. O que se sabe é que haverá, certamente, um interregno até que todos estes aspectos sejam definidos, o que em nada colabora com as atividades internacionais.



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