Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esvaziamento de Algumas Regiões Paulistas

20 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Um artigo publicado na Folha de S.Paulo refere-se ao esvaziamento de algumas cidades como Igarapava, que já foram dinâmicas com o café e a cana de açúcar, recebendo imigrantes estrangeiros, mas hoje estão passando por um processo de esvaziamento, como muitas outras, diante da forte mobilidade social e geográfica observada no Brasil.

Igarapava, no Estado de São Paulo, passa por um esvazimento com a perda de competitividade da cana de açúcar

A forte mobilidade geográfica existente no Brasil faz com que regiões antes dinâmicas passem por um relativo esvaziamento, deixando de aproveitar sua infraestrutura. No Estado de São Paulo, regiões como a de Mogiana, Paulista e até Sorocabana, depois do café, algodão e da cana de açúcar, perdem a competitividade em relação às áreas pioneiras como do norte de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e até do Maranhão e Piauí, onde a produção em grande escala com muita mecanização permite a exploração da soja e do milho.

O café deslocou-se para Minas Gerais e à Bahia, levando muitos empresários que trabalham de forma diversificada com áreas maiores. Os produtores de cana de açúcar lutam com a falta de uma orientação clara do ponto de vista da estratégia econômica. E os produtores de cereais acabam utilizando muitas mecanizações em áreas mais amplas, que vão desde as matas próximas à Amazônia até cerrados do Nordeste.

Parece desejável que estes experientes empresários mantenham atividades agropecuárias diversificadas, mesmo em propriedades de dimensões médias, pois ainda contam com solos relativamente férteis e a proximidade do mercado interno. Frutas que exigem novas tecnologias, flores sendo aperfeiçoadas, pequenas agroindústrias aproveitando as produções agrícolas para produzirem conservas, queijos e outros produtos reproduzem o que vem acontecendo na Europa, notadamente na França, pois não existem suficientes demandas para áreas de recreação, mais próximas dos grandes centros urbanos.

As autoridades locais precisam estar antenadas para a valorização das produções com marcas locais, como vem acontecendo em muitas regiões como o sul de Minas Gerais e também no exterior. Os investimentos já efetuados em infraestrutura nestes municípios precisam ser melhor aproveitados, pois acabam sendo mais econômicos do instaladas nas regiões pioneiras.

Alguns programas do Sebrae e até do Senai estão caminhando neste sentido, pois o Brasil não pode se dar ao luxo de dispensar os pesados investimentos feitos no passado. As autoridades estaduais precisam considerar nas suas estratégias de desenvolvimento o aproveitamento adequado do que já existe, inclusive de idosos mais experientes. O sistema educacional e de saúde são importantes, notadamente quando a população tende a viver por tempo mais longo.



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