Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Sobre a Estratégia Econômica e Política Possível

8 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Mesmo quando o estado onde nos encontramos apresentem dificuldades apreciáveis, sempre se torna necessário se cogitar das estratégias para sair desta situação para atingir os objetivos desejados. Ficar deprimido com a situação brasileira ou mundial não parece ajudar em nada.

Como chegar a um futuro aceitável para os brasileiros?

Muitos se queixam da situação atual em que se encontra o Brasil, atribuindo a outros as responsabilidades, quando todos nós temos uma parcela de culpa, seja do quadro econômico ou político. Sempre se reconheceu que o Brasil dispõe de abundantes recursos naturais numa região tropical, uma população miscigenada e jovem com elevada criatividade, mas os resultados alcançados são mais modestos quando comparados com outros povos em situação similar.

É possível que a abundância dos recursos proporcionados pela natureza o ano todo, com um mínimo de trabalho, não apresentaram desafios como os das necessidades de poupanças para se pensar no futuro. Países que contam com rigorosos invernos obrigam a população a armazenar parte do que produz para consumi-los quando as condições não são favoráveis. Acaba-se ficando com a consciência de que é preciso se preparar para a velhice quando a natureza não pode propiciar o abrigo e a alimentação indispensável.

Há uma tendência de aprender-se a viver numa comunidade que necessita de um mínimo de ordem quando existem muitas condições adversas, resultando na política que permite administrar os patrimônios de todos. Aparentemente, os desafios representados pelas disponibilidades limitadas não foram suficientemente absorvidos pela população brasileira. Agora, parece que as dificuldades estão mais claras e precisamos escolher os nossos representantes para administrarem com cuidado o que é de todos.

Parece que o atual sistema político não atende adequadamente as nossas necessidades. Temos partidos em demasia e os eleitores não possuem mecanismos para cobrar o que desejam dos seus representantes, quer sejam vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores, ministros chegando até o presidente da República. Outros povos escolheram formas mais adequadas destas cobranças, como o voto distrital ou misto, onde cada eleitor precisa fiscalizar poucos representantes sobre seus comportamentos, pois é muito difícil acompanhar todos. No regime parlamentarista, parece mais fácil substituir um governo que não esteja se comportando adequadamente, sem muitos traumas.

Muitos se queixam que o governo e a população acabaram gastando mais do que produziram, aumentando os endividamentos. Quando são indivíduos ou famílias, na medida em que ninguém se disponha a financia-los, eles precisam comprimir suas despesas para honrar suas dívidas. Quando é público, muitos interpretam que é do governo como se não fossem também deles, mas está ficando mais evidente que se eles não cuidarem, os problemas voltam na forma de mais impostos ou deficiência dos serviços públicos que desejam, como a saúde, a educação, a segurança.

Parece que as dificuldades atuais estão servindo como lição e devem auxiliar no processo de aperfeiçoamento da democracia brasileira, exigindo um pouco de tempo e muitos sacrifícios. Com os instrumentos que o Brasil dispõe, como política monetária, fiscal, cambial, salarial e outros, os representantes do povo estabelecem a política econômica para superar as dificuldades e perseguir os alvos que todos desejam.

Mas existem caminhos diferentes para tanto, que os especialistas chamam de estratégias. Quanto mais sacrifícios são feitos a curto prazo, pode se colher melhores resultados ao longo do tempo. Se poucos são os sacrifícios feitos, vai demorar mais para que se chegue ao Brasil que todos desejam. Muitos países semelhantes ao nosso parecem ter contido seus aumentos de bem-estar em curto prazo e agora estão em melhor condição que a nossa.

Não existe milagre em economia, infelizmente. Se pouparmos mais, podemos ter maiores benefícios no futuro. Se consumirmos exageradamente, vai restar pouco. Evidentemente, existem mais detalhes, mas na essência este é o dilema da estratégia econômica possível.

O que seria de se desejar é um melhor preparo dos políticos eleitos, mas as escolhas são dos eleitores, que precisam votar com consciência, pois podem pagar caro por representantes mal escolhidos, como está se verificando agora. Não se pode iludir com propagandas eleitorais enganosas, é preciso examinar com todo o cuidado a sua formação e seu passado. Ninguém está no Congresso por acaso, todos eles foram eleitos pelos brasileiros.

É possível, como em muitos países, que quem tem potencial para se tornar dirigente frequente cursos para conhecer um pouco de política, de economia e de administração, para poder prestar um bom serviço para o país. Acredito que esta é uma prioridade para o Brasil, pois o espetáculo das ultimas votações ocorridas são vergonhosas, quando deputados votam agradecendo às esposas, às mães ou pensando em seus filhos. Precisam estar conscientes de que estão lá por causa dos seus eleitores, a quem devem prestar contas.



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