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Sérias Dificuldades na Política Econômica Hindu

20 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um dos mais competentes presidentes de um Banco Central, Raghuram Rajan, professor da prestigiosa Universidade de Chicago, descartou a possibilidade de um segundo mandato de cinco anos, diante das dificuldades com as correntes políticas nacionalistas da Índia.

Raghuram Rajan deixará o cargo para voltar à vida acadêmica, diante das dificuldades políticas

Raghuram Rajan foi nomeado presidente do Banco Central da Índia ainda durante o governo anterior e vinha executando uma política eficiente de combate à inflação, mas encontrou dificuldades com os segmentos políticos nacionalistas que consideravam a sua política “estrangeira”, apesar de contar com o forte apoio da classe empresarial. Deixará o Banco quando completar o seu mandato de cinco anos, em setembro próximo.

É um acontecimento dos mais graves que, apesar de ocorrer na Índia, acaba tendo influência em todos os países emergentes, mostrando o quanto é difícil conciliar uma política monetária sadia do ponto de vista técnico com as aspirações políticas que imaginam existirem mágicas para permitir a redução das pressões inflacionárias com as aspirações de maior liberdade para o estímulo ao desenvolvimento econômico. Há uma evidente diferença de análise dos interesses de curto prazo com os horizontes mais amplos, que podem ser sugeridos por políticas sadias. Muitos políticos tendem a acreditar em milagres, quando são difíceis nas realidades econômicas.

O atual governo de Narendra Modi necessita do apoio parlamentar das correntes nacionalistas e está aceitando as pressões das organizações que as representam. O equilíbrio perseguido corre o risco de romper-se totalmente e a Índia, que vinha caminhando com todas as suas dificuldades na recuperação econômica, pode acabar se perdendo na sua tentativa de uma administração adequada. Todos os países, principalmente do mundo emergente, enfrentam estas dificuldades, que acabam ficando explícitas com este caso.

Havia uma forte torcida interna da Índia como externa para s superação das dificuldades, mas acaba demonstrando-se que as dificuldades políticas são superiores às racionalidades econômicas, sendo difícil convencer os políticos com visões mais imediatistas, sem a capacidade de considerar as conveniências dentro de um prazo mais longo.

O problema é que as formações políticas tendem a se enfraquecer em muitos países, principalmente os emergentes, sem a possibilidade de uma reação dos regimes chamados democráticos. Infelizmente, até nos países desenvolvidos estão se observando distorções políticas, com muitos demagogos aproveitando-se das presentes dificuldades econômicas e sociais, aumentando as preocupações mundiais.

Dentro da prioridade a ser dada à educação, acaba sendo necessário reconhecer que os conhecimentos de política são relevantes e as escolas não são suficientes para isto. As famílias precisam educar seus jovens para considerações mais morais, recuperando a importância da política, para este segmento não ser somente campo para os aventureiros. A política acaba sendo mais complexa que a economia e não parece existir uma preocupação focada no preparo indispensável, que começa muito cedo até chegar à administração de um país, como também está acontecendo no Brasil.



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