Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Enterro do TPP – Parceria TransPacífica

28 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Os economistas sempre acreditaram que algum comércio sempre é melhor do que nenhum. Mas as condições políticas no mundo estão mudando, forçando até os Estados Unidos a se posicionarem contra o TPP- TransPacific Partnership, que vinham apoiando.

Barack Obama na reunião de cúpula do TPP – TransPacific Partnership, sobre o qual Hillary Clinton se posiciona contrária na sua campanha eleitoral

Se existe algo que mudou no mundo neste ano são as possibilidades de acordos multilaterais que facilitariam o comércio internacional entre muitos países. Como Donald Trump vem colocando que isto prejudica os Estados Unidos, Hillary Clinton pronunciou-se contrária ao TPP, que seria um projeto de grande importância para os Estados Unidos e seus aliados no Pacífico. O caso do Brexit, onde o plebiscito determinou a saída do Reino Unido da União Europeia, foi um marco importante. O mundo caminha para agora no sentido de proteção dos mercados nacionais.

Como a China, atualmente o contraponto da liderança mundial dos Estados Unidos, conseguiu, em tempo, a aprovação do AIIB – Asian Infrastruture Investment Bank, com a adesão de países asiáticos como europeus para o seu projeto das Novas Rotas das Sedas, mesmo com todas as suas dificuldades recentes, acabou-se ficando numa situação desconfortável do ponto de vista geopolítico internacional.

Dois artigos publicados no Valor Econômico tratam de parte destes assuntos. Um de Juliano Basile sobre a campanha eleitoral norte-americana e outro de Edward Luce, do Financial Times, que também reproduz no mesmo jornal o assunto TPP. As discussões sobre este acordo comercial já enfrentavam algumas oposições de países asiáticos, demorando a se chegar a uma conclusão, que agora se tornou quase impossível.

Para o Brasil, que não estava incluído no TPP por não ser um país do Pacífico, havia um potencial de prejuízo, com relação aos seus vizinhos latino-americanos. De outro lado, a política externa brasileira vinha insistindo em acordos gerais como os propostos pela OMC – Organização Mundial do Comércio, que sofria uma preferência pelos acordos bilaterais ou regionais. Quando o diplomata brasileiro Roberto Azeredo pretende um segundo mandato no comando da OMC, as suas possibilidades podem estar ampliadas.

Em qualquer situação, tudo indica que houve um ponto de inflexão nas tendências para aceleração da globalização econômica e pode haver necessidade de muito tempo para se voltar a intensificar a cooperação internacional, o que não ajuda a ninguém.



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