O Cozido Japonês Também Servido Frio

22 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: lugar pequeno para idosos, o cozido japonês, oden, também servido frio | 2 Comentários »

Quando as pessoas ficam idosas, e no mundo há um aumento significativo delas, aumenta a vontade de comer algumas coisas tradicionais e leves, destacando-se o oden, um cozido japonês que exige cuidado com o molho.

Ikuko Ishihara abriu uma loja de oden para o jantar dos idosos num pequeno ambiente acolhedor, com inovações como servir frio no verão. Foto publicada no The Japan Times.

Muitos idosos no Japão estão descobrindo que, com o aumento da expectativa de vida mesmo depois de aposentados, precisam continuar com atividades leves por vários anos. Um dos pratos apreciados pelos japoneses é o oden, um cozido que é um conforto nas noites frias e podia ser encontrado em barracas, mas hoje estão sendo servidos em pequenos estabelecimentos para aqueles que desejam uma refeição leve e confortante.

Ikuko Ishihara viu sua mãe falecer com quase 100 anos. Ela, que depois de aposentada cuidava de idosos, vislumbrou a possibilidade de manter um pequeno restaurante de oden, o cozido japonês, onde nove cadeiras acomodam os clientes para refeições ligeiras à noite. O oden, normalmente com nabo, ovo cozido, alguns aguê (tofu frito), pastas de peixe e molhos de carne, podendo apresentar variações como kombu (alga) ou cenouras.

O molho é importante, havendo uma história onde o dono de um deles, que vinha sendo multiplicado desde o começo do século XX, o carregava durante um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial. Como os produtos são conservados neste molho, vai se enriquecendo com o tempo com os sabores dos seus componentes.

A inovação da dona Ikuko Ishihara é que no verão ela serve o oden com molho frio, sua criação, pois o oden normal costuma ser quente e adequado para o inverno. Seu marido a ajuda nas entregas de encomendas e suas filhas fazem propaganda do estabelecimento usando a rede social. Infelizmente, são poucos os restaurantes no Brasil que servem esta iguaria.

O estabelecimento acaba ficando simpático, com poucos lugares, pois os clientes também lá estão para um “papo”, passando alguns momentos agradáveis. Estes tipos de iniciativas estão sendo fomentados pelo correspondente ao Sebrae no Japão, estimulando pequenos estabelecimentos que acabam se tornando rentáveis pela sua especialização e simpatia.

Quando frequentava muito o Japão, nas noites depois de passar o happy hours num bar, ia a estes estabelecimentos, pois os mais conhecidos e famosos eram muito frequentados pelos que trabalhavam até tarde.