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O Intercâmbio Nipo-Brasileiro Com a Olimpíada

11 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , , | 10 Comentários »

clip_image002Muitos são os sinais do aumento do intercâmbio nipo-brasileiro com a Olimpíada no Rio de Janeiro até por que a próxima será no Japão. A imigração japonesa ao Brasil também não pode ser desprezada e nota-se que os japoneses estão absorvendo as formas mais descontraídas de manifestação dos brasileiros, notadamente dos nikkeis.

Foto publicado no artigo do site do The Asahi Shimbun com a torcida brasileira misturando também a sua manifestação em favor do Japão

Ainda que a Olimpíada do Rio de Janeiro mal esteja chegando a sua metade, há muitos indícios que o intercâmbio nipo-brasileiro está aumentando desde a sua base, com benefícios recíprocos. A próxima será em Tóquio e não se pode desprezar a contribuição de uma das maiores imigrações japonesas para um país estrangeiro (mais imigrantes japoneses foram para a Mongólia, mas retornaram depois do fim da Segunda Guerra Mundial, e nos Estados Unidos, somando-se os executivos expatriados japoneses e suas famílias, a sua presença é maior que no Brasil).

Além de muitos atletas nipo-brasileiros que começam a se destacar, nem todos sabem que em algumas modalidades esportivas o Brasil recebeu as contribuições japonesas. Começou pelo atletismo, onde os imigrantes trouxeram o costume de muitos eventos anuais, bem como no beisebol, que deixou de ser uma modalidade olímpica, mas deve retornar no futuro, incluindo o softball. No pós-guerra, começou com a vinda dos peixes voadores na natação, no voleibol tornou-se importante na sua fase pioneira e foi se estendendo pelo judô e pelo tênis de mesa. Agora, a ginástica volta a ser importância mundial com o retorno das novas contribuições japonesas.

Do lado brasileiro, o futebol brasileiro ganhou importância não só no Japão como em outros países asiáticos, ainda que seja de origem inglesa. Muitas modalidades esportivas estão globalizadas a ponto de não permitir mais as contribuições nacionais. O que está se observando é também a importância da participação do público, notadamente dos torcedores que comparecem aos estádios. Há queixas até de algumas delegações estrangeiras pelas formas ruidosas das torcidas brasileiras, inclusive em momentos que exigem maior concentração.

Até os atletas japoneses que eram mais discretos nas manifestações de suas alegrias estão incorporando as mais espalhafatosas dos brasileiros. Também estão observando que, além das competições, existem marketings sem os quais os esportes não poderiam apresentar todas as suas contribuições.

Os japoneses como outros estrangeiros também estão apreciando as caipirinhas, inclusive nas suas versões que chegam aos de saquê. O samba e o carnaval estão incorporados nas manifestações esportivas, assim como a bossa nova, não podendo se esquecer das formas descontraídas e alegres de viver, mesmo num quadro de grandes problemas.

Muitos atletas brasileiros já fazem estágios no Japão, como alguns japoneses no Brasil. Os materiais esportivos japoneses estão presentes em muitas modalidades e também os patrocínios de grandes grupos nas mídias como nos eventos.

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Os atletas de ginástica, o brasileiro Arthur Nory Oyakawa Marino e a campeã norte-americana Simone Biles brincam pelas redes sociais que estão namorando

Se existe no Brasil um povo tão miscigenado, sem muito preconceito, isto acaba se manifestando até nos relacionamentos pessoais entre os atletas, que costumam se encontrar nos muitos eventos internacionais.

O esporte olímpico está exercendo as suas funções de promover a paz mundial, acabar com as discriminações de qualquer tipo, onde o Brasil e o Japão podem dar suas contribuições relevantes, com suas diferenças que sempre existem.


10 Comentários para “O Intercâmbio Nipo-Brasileiro Com a Olimpíada”

  1. Olavo Alves
    1  escreveu às 13:47 em 11 de agosto de 2016:

    É um texto de leitura obrigatória. Muito, muito bom.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:19 em 11 de agosto de 2016:

    Caro Olavo Alves,

    Muito obrigado pelo seu comentário. Fico lisonjeado.

    Paulo Yokota

  3. Paulo Yokota
    3  escreveu às 21:55 em 12 de agosto de 2016:

    Caro Olavo Alves,

    Muito obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota

  4. Carlos Silva
    4  escreveu às 18:27 em 11 de agosto de 2016:

    Mandei o link do artigo para vários amigos e parentes. Excelente! Parabéns!

  5. Paulo Yokota
    5  escreveu às 21:54 em 12 de agosto de 2016:

    Caro Carlos Silva,

    Muito obrigado por tudo. Continuaremos nos esforçando o máximo.

    Paulo Yokota

  6. Júlia Mendes
    6  escreveu às 13:16 em 12 de agosto de 2016:

    É bom o intercâmbio, pois os japoneses aprenderão a organizar festas com os melhores do mundo: nós, os brasileiros!

  7. Paulo Yokota
    7  escreveu às 21:50 em 12 de agosto de 2016:

    Cara Júlia Mendes,

    Obrigado pelo comentário. Fomos capazes de organizar um bom espetáculo com baixo custo.

    Paulo Yokota

  8. Francisca Lima
    8  escreveu às 19:25 em 12 de agosto de 2016:

    Com certeza, o Japão fará melhor do que o Brasil!

  9. Mariano Pires de Toledo
    9  escreveu às 14:07 em 16 de agosto de 2016:

    Discordo da Francisca Lima. O Brasil – e somente ele – sabe fazer bem uma festa.

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 15:55 em 17 de agosto de 2016:

    Caro Mariano Pires de Toledo,

    Muito obrigado pelo seu comentário. Os brasileiros sabem fazer uma boa festa, sem dúvida, mas não acho que seja só este povo. É que existem muitos tipos de festas,

    Paulo Yokota


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