Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Política Monetária e Inflação

15 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Muitas das práticas adotadas no mundo, a partir dos Estados Unidos, vêm mostrando que há necessidade de ajustamentos do conhecimento da teoria econômica para a realidade de uma economia, pois estes consistem somente de uma arte e não de conhecimentos científicos como da física.

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Gráfico publicado no artigo do Valor Econômico mostrando que não existe uma relação rígida entre a expectativa de inflação e a inflação

Um artigo publicado no Valor Econômico, uma tradução em português do publicado por Matthew Boester na Bloomberg, refere-se ao que estaria acontecendo nos Estados Unidos com a atuação do FED, onde muitos esperavam a elevação dos juros pelas autoridades monetárias daquele país como forma de reconhecer que a economia já estaria se recuperando, com base nas expectativas da inflação. Verifica-se, porém, que os economistas daquele país, bem preparados, estão constatando não existir uma relação matemática entre as expectativas da inflação com a sua efetivação, como acreditavam outros teóricos.

Uma série de fatores pode provocar a inflação e nem sempre a adequada política econômica vai permitir atingir as metas inflacionárias, havendo uma necessidade de um pouco de arte na sua manipulação, observando-se tudo que esteja ocorrendo em qualquer economia. Apesar dos baixos juros praticados nos Estados Unidos, a economia não demonstrava o dinamismo esperado e nem o emprego e os salários reais acusam um crescimento. O FED não se sente estimulado a elevar os juros neste quadro.

Quem possui a experiência da economia brasileira sabe que a inflação não ocorre somente em consequência de uma política monetária frouxa. Problemas climáticos eventuais como indexações ainda mantidas no Brasil continuam mantendo uma inflação acima das metas, ao mesmo tempo em que a política fiscal continua expansionista.

Tudo isto sugere que a política econômica é uma arte e não uma ciência, exigindo muito pragmatismo acompanhando todas as informações do que esteja pressionando a inflação, não bastando manter os juros elevados para provocar a sua redução. Isto teria custos sociais elevados, nem sempre conduzindo para uma inflação declinante, como seria desejável que ocorresse.



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