Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Difícil Arte do Exercício de uma Política Eficiente

19 de outubro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

clip_image002Ainda que desprestigiada recentemente, a política é a arte mais nobre numa sociedade que necessita do preenchimento de algumas condições para ser eficiente. Com todas as limitações, o Brasil procura fazer o que é possível, mas as dificuldades continuam sendo muitas e o tempo disponível restrito.

O tumultuado ambiente em que Michel Temer fez o seu discurso de posse

Quando o músico Wagner Polistchuk foi homenageado recentemente pela OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, ele informou que esta orquestra conta com um bom número de músicos desde a época quando o inesquecível maestro Eliezer de Carvalho começou os trabalhos firmes e persistentes de sua formação. Era uma época dura, há cerca de 30 anos, quando não se dispunha ainda da Sala São Paulo e poucos acreditavam que o Estado teria condições de contar com uma orquestra de nível internacional. Existe, portanto, um núcleo de músicos que atua por quase três décadas juntos, ao qual foram acrescentados estrangeiros e outros mais novos, alguns até formados e aperfeiçoados na própria instituição. Não se forma uma orquestra somente com a vontade, principalmente para aglutinar personalidades com capacidade e até uma dose de vaidade para atuarem harmonicamente em conjunto.

Muitos são os exemplos de atividade humanas que exigem quase uma cultura, pessoas com sentimentos semelhantes e resolvem atuar em conjunto, mesmo tendo suas diferenças. Quando Getúlio Vargas, depois do término da Segunda Guerra Mundial, estava sendo obrigado a democratizar o Brasil, um grupo de intelectuais que se reunia numa livraria no Rio de Janeiro decidiu que cada um dos membros escolheria participar de um partido em formação. Só na medida em que houvesse interlocutores entre as diversas correntes de pensamento, haveria como tentar formular uma política para o país.

Quando os recursos disponíveis são limitados e ocorre o estabelecimento de um teto de dispêndios, as disputas tendem a ser mais acirradas e se não houve uma maioria ciente da necessidade de efetuar um esforço conjunto, os problemas permanecerão, pois parece que o Brasil foi tomado pela cultura do Gerson, onde cada pessoa ou segmento procura tirar vantagem de tudo.

O que está se descobrindo com a chamada AI – Artificial Intelligence é que, juntando um conjunto elevado de informações não administrável operacionalmente, surgiriam possibilidades de se contar com alguns mal utilizados. A informática está permitindo de forma inteligente que se saiba mais do que nós supúnhamos saber. Com este acréscimo de informações, haveria possibilidade de maior eficiência nos seus usos. Juntando os esforços de todos pode ser que haja possibilidade de descobrir algumas minas que possam atender, no mínimo em parte, as demandas dos diversos grupos políticos. Mas tudo isto vai exigir muito trabalho e um pouco de inteligência.

Pensar que problemas desta natureza podem ser resolvidos somente com mais conversas parece pouco realístico. Aglutinar profissionais que possam ajudar os políticos a localizarem os possíveis pontos onde há recursos mobilizáveis para o bem comum, parece ser uma prioridade que necessita começar a ser explorada. Todos “sentem” que existem muitos desperdícios, mas há que se utilizar instrumentos para a sua localização, no mínimo para minorar a carência.



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