Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problemas Políticos na China

21 de outubro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Apesar da ampla divulgação de que Xi Jinping teria concentrado poderes em pouco tempo como poucos líderes políticos na China, artigos publicados no The Economist e no site do Nikkei Asian Review sugerem agora fortes disputas políticas que decorriam da redução do crescimento econômico naquele país, considerando a sua futura sucessão (Charge de Xi Jinping publicada no artigo do The Economist).

Até alguns meses atrás, eram frequentes os artigos na imprensa mundial relatando a posição privilegiada de Xi Jinping, que se estendia rapidamente até ao setor militar, como nunca tinha ocorrido naquele país. Ele estaria se preparando para nomear os novos membros do Politburo chinês para sua sucessão, considerando até a possibilidade dele ter mais um mandato. No entanto, com a desaceleração recente do crescimento econômico, cujas estatísticas voltam a ser questionadas na sua credibilidade, multiplicam-se artigos relatando suas dificuldades, tanto na área militar como com os seus competidores nas lideranças políticas.

The Economist informa que Xi Jinping estaria procurando reduzir a capacidade ociosa como a verificada no seu setor siderúrgico, enxugando suas estatais, mas muitas dominadas pelas autoridades regionais estariam reagindo, não seguindo a orientação central.

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                        Gráfico constante do artigo no The Economist

Um artigo de Katsuji Nakazawa publicado no site do Nikkei Asian Review informa que militares, principalmente aposentados, estariam se manifestando contra a orientação de Xi Jinping, que estaria tentando reduzir o seu contingente militar, visando economia de recursos.

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Foto de limitares aposentados se manifestando contra a orientação de Xi Jinping, publicada no site do Nikkei Asian Review

Noticiaram-se também que muitos membros de outras facções políticas que poderiam competir com Xi Jinping estariam sendo acusadas de corrupção visando a disputa pela nomeação dos novos membros do Politburo chinês, fundamental para a determinação de sua sucessão. Mesmo na China, observa-se que o comportamento da economia acaba afetando as disputas políticas, como costuma acontecer nos países democráticos do Ocidente.

É claro que existem muitas especificidades na China. Sua economia depende dos investimentos feitos na infraestrutura e na construção civil, como é clássico também em outras. Hoje, se observa um exagero na ampliação das habitações e outras edificações, cujos terrenos são controlados pelas autoridades regionais que transformaram antigas terras rurais em patrimônios para estas expansões que já ocorreram e que hoje deve ser contida pelas reduções dos recursos disponíveis.

O que se teme é que esta redução do ritmo de crescimento econômico e a falta de alternativas, com limitações para a expansão de suas exportações e reformas para ajustamento visando o mercado interno, acabem desaguando nos esforços militares como os voltados para o controle do Mar Sul da China. O que parece é que o novo líder populista das Filipinas, Rodrigo Duterte, não entendeu o que estaria acontecendo, anunciando o rompimento com os Estados Unidos e perfilando do lado da China, mostrando o quanto são difíceis os problemas políticos estratégicos mesmo regionais, quanto mais mundial.



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