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Exageros na Avaliação da Vitória de Donald Trump

9 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image002Dados mais recentes dos resultados eleitorais nos Estados Unidos informam que o número dos que votaram em Donald Trump (47,5%) é menor que os que votaram em Hillary Clinton (47,7%) em voto popular, mas o particular sistema eleitoral dos Estados Unidos pelos seus representantes nos Estados determina a vitória do republicano. Também os resultados no Senado Federal e na Câmara dos Deputados foram favoráveis aos republicanos.

Pelos representantes: Clinton 228, Trump 279, mínimo necessário 270.

Senado Federal: Democratas 47, Republicanos 51

Câmara dos Deputados: Democratas 193, Republicanos 239

Dados das 16h54 (BSB) do dia 09/11/2016

O que vem sendo registrado na imprensa parece exagerar os resultados destas eleições, ainda que eles sejam importantes. Como uma notícia que afirma que os mais ricos naquele país teriam perdido o equivalente a US$ 41 bilhões com a vitória dos republicanos, utilizando as cotações na bolsa. Ora, estas cotações são virtuais, apresentam acentuadas flutuações, sem que os patrimônios das empresas representados pelas ações tenham apresentando estas variações.

Outra notícia informa que o presidente eleito Donald Trump poderia ter todo o poder, pois conta com a maioria dos republicanos no Senado e na Câmara dos Deputados. O que foi captado por Trump foi a insatisfação popular de parte do eleitorado com a situação a que estão submetidos nos últimos anos, mas algumas lideranças do Partido Republicano não suportaram a campanha eleitoral do vencedor e possivelmente não votaram nele, colocando-se até como seu adversário. Os parlamentares nos Estados Unidos contam com muita independência e não estão sujeitos às vontades do Executivo nas votações no Legislativo.

Muitas medidas que terão que ser tomadas pelos Estados Unidos não dependem somente do Presidente da República, como terão que ser aprovadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Também a Suprema Corte dos Estados Unidos possuem um poder imenso e muitas medidas poderão ser submetidas à sua apreciação. Sendo um país democrático e organizado, mesmo que a influência do seu Presidente da República seja importante, ele certamente não pode tudo. Ainda que na campanha eleitoral tenha enfatizado alguns aspectos de forma exagerada, estará sujeito às pressões da opinião pública e os Estados Unidos possuem uma tradição que não poderá ser modificada facilmente.

O que parece uma tendência mundial é que o exagero da globalização ocorrida nas últimas décadas tenha um freio, como está se observando em muitos países, sendo que posições protecionistas acabem prevalecendo, notadamente na proteção do seu emprego e dos interesses da grande maioria silenciosa que parece ter influenciado nestas eleições.


2 Comentários para “Exageros na Avaliação da Vitória de Donald Trump”

  1. José
    1  escreveu às 11:13 em 11 de novembro de 2016:

    Ontem, por exemplo, escutava a rádio durante a tarde e depois à noite enquanto estava em meu carro no trânsito. Nas duas oportunidades colocaram no ar entrevista com essa gente da academia, de alguma dessas universidades, para analisar o discurso de Donald Trump e o mote dessas duas matérias especulava o que afinal poderia acontecer. E lá veio uma torrente de mentiras e mistificaçõdes variadas. Faltou dizer que Trump na presidência dos Estados Unidos será o inferno para Brasil, embora se saiba, que a empresa de Trump está investindo no Rio de Janeiro. Planeja a construção de centros comerciais gigantes. O projeto inclusive está no site de sua empresa para quem quiser ver.

    No mais, o discurso de vitória de Trump mostrou ele tranquilo, calmo. Nem parecia que acabara de concluir uma campanha eleitoral. Estava lá com a família, com a mulher, os filhos e amigos além de uma platéia gigante de apoiadores. Vencida a batalha eleitoral seu discurso foi pertinente em todos os sentidos. Ou queriam que atirasse pedras sobre a adversária? Uma campanha eleitoral é como se fosse uma guerra incruenta. Ao final, o vencedor – no caso da eleição presidencial – passa a ser o presidente não só de seus seguidores, mas de toda a Nação. Ou queriam que Trump continuasse com discurso de campanha? Além do mais, num discurso de vitória o vitorioso comemora e agradece de forma educada. E mais, tenta acalmar ao invés de açular os ânimos.
    Vamos aguardar.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:57 em 12 de novembro de 2016:

    Caro José,

    Mesmo os jornalistas mais experientes e acadêmicos cometeram seus erros. Até o The Economist já fez a sua mea culpa. Obrigado pelo seu comentário, pois o mundo é menos louco do que parece.

    Paulo Yokota


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