Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Carlos Ghosn Assume Também a Mitsubishi Motors

15 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image002O caso deste brasileiro nascido em Porto, no Estado de Rondônia, formado na École Polytechnique da França, é certamente único, pois está acumulando o comando de três grandes empresas automobilísticas de destaque no mundo: a Renault francesa, a Nissan japonesa e agora também a Mitsubishi Motors, todas tradicionais nas suas culturas empresariais.

Foto do brasileiro Carlos Ghosn refletida na tela publicada no site do Nikkei Asian Review para quem deu uma entrevista, quando da Assembleia da Mitsubishi Motors

Logo de início, ele introduziu modificações importantes na Mitsubishi Motors, que passou a usar o inglês como língua oficial e os diretores daquela empresa japonesa que usavam nuances nas linguagens da língua japonesa foram obrigados a passar para documentos mais diretos de comunicação. Suas manifestações que costumavam ter 30 páginas passaram para somente cinco em inglês.

Ele levou para a Mitsubishi Heavy alguns executivos internacionais que já tinham obtido resultados importantes na Nissan, como Trevor Mann, e numa entrevista concedida à Nikkei Asian Review revelou disposições de tirar o máximo partido das tecnologias acumuladas na Mitsubishi Motors, inclusive nas outras duas empresas que comanda.

A Mitsubishi Motors conta com um veículo plug-in híbrido pronto, enquanto as duas outras estavam trabalhando no seu desenvolvimento. Elas suspenderam o projeto para aproveitar o que já existe, que permite uma escala maior tornando-o competitivo. A Nissan começou a trabalhar no carro elétrico em 2008, que foi seguida pelos competidores e hoje as três juntas possuem 50% dos carros elétricos globalmente. A Mitsubishi estava relativamente atrasada nestes carros e agora trabalhando em conjunto deve chegar à liderança, inclusive em seus diversos componentes.

A Nissan está mais avançada nos plug-in híbridos e as outras duas não precisam contar com equipes de engenheiros caros para tanto. Mas isto vai exigir uma forma eficiente de cooperação, fazendo com que todos desenvolvam esforços para a venda do que possuem de melhor. No trabalho conjunto, esperam agregar através das novas tecnologias novos produtos, aumentando os lucros e os benefícios, para satisfação dos acionistas.

A remuneração dos diretores da Mitsubishi Motors deve acompanhar os resultados que obtiverem não se restringindo somente à tradição nas funções. Os executivos estarão ligados às remunerações do mercado global e seus resultados. Além dos diretores, os altos funcionários terão o mesmo tratamento.

Os escândalos que atingiram a Mitsubishi Motors devem ser cuidados pelos dirigentes tradicionais como o seu presidente Osamu Masuko, a que se somarão novos de fora e Carlos Ghosn estará atento à governança geral, como presidente do Conselho. Ele entende que o caso atual é diferente da Nissan, onde ele estava comandando a mudança e agora apoiando a mudança.

As empresas possuem suas estratégias, seu mercado, a própria perspectiva, suas marcas e suas forças. O que pode ser aproveitado em comum é a plataforma sobre a qual atuarão. Sobre as mudanças que estão sendo provocadas no mundo, notadamente com Donald Trump, ele entende que as empresas devem estar preparadas para enfrentar mudanças e seus riscos.

Ele cita o caso do câmbio que não está sob o comando das empresas, mas reduzir as dependências das empresas é possível. Existem formas das empresas do grupo serem mais resilientes, resistentes em muitos componentes. As escalas serão aproveitadas como nas compras.

Segundo Carlos Ghosn, os mercados estarão mudando sempre, havendo surpresas políticas e estas realidades da vida não devem ser motivo de reclamações. São lições que todos nós podemos apreender em parte.


2 Comentários para “Carlos Ghosn Assume Também a Mitsubishi Motors”

  1. Simone Aparecida
    1  escreveu às 14:44 em 20 de fevereiro de 2017:

    YOKOTA, o senhor tem informado de maneira equivocada em seus artigos que a Nissan comprou 34% da Mitsubishi. Na verdade, foi a Renault. Leia o artigo abaixo:

    http://automonitor.pt/2017/02/20/novidades/opel-e-a-solucao-eletrica-da-psa/

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 21:18 em 21 de fevereiro de 2017:

    Cara Simone Aparecida,

    Eu, pelo que saiba, em nenhum texto mencionei o que V. está citando. Pode ser que tenha errado dentro do muito que escrevi. Mas acho provável que o erro seja seu, pois sua insistência crítica ao que tenho escrito chega a ser cansativa.

    Paulo Yokota


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