Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças de Investidores nos EUA

16 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Tudo indica que as relações entre os Estados Unidos com a China tendem a piorar com a eleição de Donald Trump, quando os chineses já estão acusando dificuldades na sua economia. Mesmo que isto aconteça também com o Japão, os problemas dos japoneses parecem contar com menos alternativas.

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O yuan chinês começou a desvalorizar com relação ao dólar norte-americano, tanto pelo aumento da taxa de juros do FED como perspectivas de piora das relações entre a China e os Estados Unidos. Gráfico elaborado pela Ideias Consultoria

Um artigo publicado no site do The Wall Street Journal informa que as aplicações das reservas internacionais da China que eram recordes nos títulos do Tesouro norte-americano estão se reduzindo rapidamente, tendo chegado a US$ 1,12 trilhão, o mais baixo desde 2010. Ao mesmo tempo, as reservas japonesas passaram a ser as mais altas nos mesmos títulos, chegando a US$ 1,13 trilhão, mostrando que os japoneses que também pretendem depender menos dos Estados Unidos, mas não contam com alternativas, apesar dos esforços que faz com a China, com a Rússia e com os países do Sudeste Asiático.

É evidente que a elevação da taxa de juros do FED, ainda que pequena, mas com a tendência de se repetir nas próximas oportunidades, acaba desvalorizando as outras moedas, como o yen japonês, mas a eleição, os pronunciamentos e as designações dos principais auxiliares do presidente eleito Donald Trump nos Estados Unidos já estão provocando alternações econômicas importantes no resto do mundo.

Este tipo de acomodação é difícil de ser efetuada em qualquer economia e mesmo na China que tem um comando central muito forte, sem contar com uma democracia plena que permita suas empresas, principalmente as estatais, acelerarem as mudanças sem possibilidade de contar com a oposição da imprensa. Nota-se que se chegou a ponto das autoridades daquele país necessitar oferecer empréstimos de emergência para ajudarem as que já entraram em dificuldades, com a redução das atividades econômicas em todo o mundo e natural diminuição das suas exportações.

Ainda que os relacionamentos do Brasil com os Estados Unidos não sejam tão elevados como de muitos outros países, principalmente os seus vizinhos como o México e o Canadá, nota-se que algumas consequências acabarão advindas no comércio internacional brasileiro, bem como financiamentos e fluxos financeiros externos. O momento conjunto das duas decisões nos Estados Unidos soma às dificuldades.

O Brasil já tem muitos problemas internos e estas incertezas vindas do exterior em nada contribuem para ter um mínimo de condições favoráveis para a recuperação da economia. Esforços adicionais terão que ser efetuados para a estabilidade brasileira.



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