Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Carlos Ghosn Continua Passando o Ano-Novo no Brasil

2 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Num artigo publicado por Carlos Ghosn no Nikkei Asian Review, ele, um empresário globalizado, informa que costuma passar o Ano-Novo no Brasil com sua família.

O empresário Carlos Ghosn, presidente da Renault francesa, da Nissan japonesa e chairman da Mitsubishi Motors, no voo sobre o Atlântico para passar o Ano Novo com sua família no Brasil. Foto publicada no artigo do Nikkei Asian Review.

Se existe empresários dos quais o Brasil deve se orgulhar, um deles é Carlos Ghosn. Ele foi como vice-presidente da Renault ao Japão para conseguir superar as dificuldades da Nissan da qual se tornou presidente e agora faz algo semelhante com a Mitsubishi Motors, tornando-se igualmente seu chairman.

Nascido no Brasil, ele revela muitas coisas relevantes no artigo que escreveu para o Nikkei Asian Review, abrindo uma série que conta a história de importantes empresários para aquele site. Seu avô libanês mudou-se para o Brasil onde ele nasceu (em Rondônia, um estado da Amazônia). Sua juventude foi no Líbano e foi fazer o curso superior na França, onde adquiriu a cidadania francesa. Ele também viveu muitos anos nos Estados Unidos onde têm filhos que lá vivem. (Ele voltou ao Brasil para comandar importantes empresas antes de ingressar na Renault).

Ele se sente brasileiro quando está no Brasil, como quando carregou a tocha olímpica no início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com muito orgulho. Ao comentário de que ele se transforma quando está voltando ao Brasil, ele escreve que talvez porque esteja voltando às suas origens.

Seus filhos também receberam influências de diversas culturas. Nasceram no Brasil e nos Estados Unidos, receberam educação na França, no Japão e nos Estados Unidos. Receberam a graciosidade e o escrúpulo do povo japonês, possuem uma forma de pensar dos franceses. São pessoas globalizadas. Segundo ele, onde uma pessoa nasce determina o seu destino.

A globalização exige se adaptar às condições onde se encontra no momento, uma flexibilidade para se ajustar ao meio ambiente e ele afirma que isto está acontecendo também com os japoneses. Apesar das diferenças dos fusos horários, ele é do tipo que usa os voos para se ajustar. Começa a trabalhar às 7h30 e somente no Japão começa às 8h, pois a Nissan fica em Yokohama, exigindo um tempo de deslocamento de sua residência. Costuma trabalhar até as 20h ou mais, tudo previamente agendado.

Ele era vice-presidente da Renault quando assumiu a Nissan e os japoneses acreditavam que seria difícil um estrangeiro entender a cultura empresarial japonesa. A aliança Nissan-Renault se tornou uma nova lenda com seu trabalho e capacidade. O sucesso que obteve o levou à presidência da Renault e quando a Mitsubishi Motors enfrentava uma terrível dificuldade, ele se tornou o seu chairman. A Nissan trabalha com seus veículos em 160 países, mas a sua identidade continua enraizada no DNA japonês.

A experiência de muitas pessoas que atuam de forma globalizada no mundo é que se exige uma clara consciência de onde estão suas raízes, pois são elevados os riscos de se perderem com tantas mudanças a que estão sujeitos. Carlos Ghosn mostra com seu exemplo estes importantes caminhos.



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