Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Despedida de Barack Obama

11 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image002A economia norte-americana enfrentava uma das suas piores recessões da qual Barack Obama (foto) ajudou a sair, mas com custos elevados na distribuição dos benefícios, o que determinou a derrota dos democratas nas eleições.

Entre as muitas análises que serão publicadas sobre a sua gestão, a de Martin Wolf, editor e principal analista econômico do Financial Times, mostra com objetividade que ele herdou os Estados Unidos numa das mais fortes recessões enfrentadas pelo país e consegue passar o bastão para o seu sucessor com um dos mais baixos níveis de desemprego, o que não é pouca coisa. Mas a recuperação se observou com a premiação injusta do setor financeiro, responsável pela recessão que se espalhou pelo mundo, com injeção de volumosos recursos subsidiados, enriquecendo absurdamente os principais banqueiros, enquanto as suas vítimas, uma grande parcela da classe média que tinha adquirido seus imóveis com estes financiamentos, ficou com as dívidas e hoje não consegue honrá-las nem com a venda das suas residências desvalorizadas.

Esta parte dos insatisfeitos com a distribuição dos benefícios provocou a derrota dos democratas nas eleições, que deveriam ser o marco de seu sucesso ou fracasso. Também se reduziram os ritmos do investimentos concedidos nas pesquisas básicas, como o programa espacial onde a NASA – North American Space Agency era o marco mais importante, comandando uma poderosa rede que perdeu a sua liderança no mundo para os chineses. As grandes universidades norte-americanas já não figuram entre as melhores do mundo, ainda que tenham também treinado muitos estrangeiros, entre eles chineses que hoje retornaram para o seu país para colherem resultados que estão sendo ressaltados por revistas científicas especializadas como a Nature ou a Science.

A economia norte-americana continua sendo a líder no mundo, mas não consegue mais exercer a liderança marcante, necessitando da ajuda dos seus aliados e encarar os desafios que são apresentados por outros países. Se Donaldo Trump, um ousado e atrapalhado empresário conseguiu a vitória eleitoral, num Estados Unidos bastante dividido e radicalizado, parte das responsabilidades são de Barack Obama, lamentavelmente. Ainda que as mulheres tenham conseguido elevar o seu status, os homens que continuam sendo também importantes naquela sociedade perderam parte do nível que tinham. O novo presidente vem com a promessa que vai desmontar muito do que Barack Obama tenha feito, ainda que se tenha dúvida se terá poder para tanto.

O horizonte para o futuro apresenta-se cheio de dúvidas, ainda que empresários importantes já tenham bandeado para o lado do novo governo, na esperança de se ajustarem às novas tendências que começam a se esboçar. É desorientador que os Estados Unidos não consigam exercer mais a sua liderança num mundo que enfrenta muitas dificuldades, até com problemas graves de longo prazo, como os aquecimentos globais que podem aumentar os desastres naturais.


2 Comentários para “Despedida de Barack Obama”

  1. José
    1  escreveu às 17:16 em 12 de janeiro de 2017:

    Nas últimas semanas está impossível em qualquer noticiário da TV, ou abrir qualquer jornal ou blog, sem assistir reportagens em tom nostálgico sobre o presidente progressista que “recuperou” a economia americana, tornou a saúde e educação mais acessíveis e a América “mais justa”.

    Mas… a verdade teima em discordar da imprensa: Obama foi um desastre econômico para os EUA que se aproxima das proporções de FDR e Jimmy Carter. Obama foi um tsunami nos sistemas de saúde e educação americanos. Obama é impopular e foi um cataclisma político sem precedentes para o seu partido.

    Não acredite em mim e veja você mesmo. Vamos a alguns NÚMEROS da administração Obama que você com certeza não verá na GloboNews ou qualquer órgão de imprensa brasileiro, mas que todo jornalista decente deveria estar informando se não tivesse ideologicamente comprometido. Todos com suas respectivas fontes para que você possa ir lá e checar diretamente.

    NA ECONOMIA:
    US$ 19.9 Trilhões: É o tamanho da montanha de dívida pública que Obama vai deixar. (“Daily History Of The Debt,” U.S. Department Of Treasury, 12/23/16).
    US$ 9.2 Trilhões: É o aumento na dívida desde que o Obama tomou posse. (idem).
    87%: O aumento na dívida pública desde que Obama assumiu. (“Daily History Of The Debt,” U.S. Department Of Treasury, Accessed 12/23/16)
    US$750 Bilhões: O déficit comercial americano apenas no último ano (U.S. Census Bureau, 12/27/16)
    US$ 99 bilhões: O crescimento ANUAL do déficit comercial com a China desde que Obama assumiu. (“Trade In Goods With China,” U.S. Census Bureau, 12/27/16)
    US$ 0.19: A QUEDA na média dos salários POR HORA desde que Obama tomou posse. (“State Of Working America Data Library,” Economic Policy Institute, Accessed 12/27/16)
    301.000: Número de empregos em fábricas perdidos desde que Obama assumiu.(Bureau Of Labor Statistics, Accessed 12/2/16)
    5%: A redução no número de americanos que se identificam como “classe-média” desde que Obama tomou posse. (Frank Newport, “Americans’ Identification As Middle Class Edges Back Up,” Gallup, 12/15/16)
    4%: Queda no número de americanos que possuem casa própria desde que Obama assumiu. (“State Of Working America Data Library,” Economic Policy Institute, 12/27/16)
    2%: A magra média de crescimento do PIB americano na Era Obama. (Larry Light, “Obama’s 8-Year Economic Legacy: A Mixed Bag,” CBS, 12/23/16)

    REGULAÇÕES:
    US$ 870.3 Bilhões: O custo econômico estimado de todas as novas regulações e regras (burocracia) criadas desde que Obama se tornou presidente. (“Regulation Rodeo,” American Action Forum, 12/27/16)
    2.998: O número de novas regulações criadas desde que Obama assumiu (“Regulation Rodeo,” American Action Forum, Accessed 12/27/16)
    583 milhões: Horas de americanos preenchendo papelada para lidar apenas com as novas regras, regulações e burocraciadas criadas na administração Obama.(“Regulation Rodeo,” American Action Forum, 12/27/16)
    US$ 344 Bilhões: O custo econômico estimado apenas pelas novas regulações ambientais na era Obama. (“Regulation Rodeo,” American Action Forum, Accessed 12/27/16).
    US$ 292 Bilhões: O custo econômico projetado para implementação das medidas de “energia limpa” da administração Obama. (H. Sterling Burnett, “Economic Analysis of Clean Power Plan Shows High Cost, Minimal Benefits,” The Heartland Institute, 12/2/15)
    280.000: Número de postos de trabalho que devem ser fechados apenas com uma nova legislação ambiental “Stream Protection Rule”. (“Economic Analysis Of Proposed Stream Protection Rule,” Ramboll Environ, 10/15)
    11-14%: O aumento médio para os consumidores dos custos de energia por conta da nova regulação “Clean Power Plan” criada por Obama. (H. Sterling Burnett, “Economic Analysis of Clean Power Plan Shows High Cost, Minimal Benefits,” The Heartland Institute, 12/2/15)

    SAÚDE:
    US$ 1 Trilhão: o aumento de impostos do ObamaCare em uma década (“ObamaCare: Trillion Dollar Tax Hike That Hurts Small Businesses,” U.S. House Of Representatives Committee On Ways And Means, 3/31/16)
    US$ 377 Bilhões: O aumento de impostos por conta do ObamaCare que afaram exclusivamente a classe média. (Glenn Kessler, “Does ‘Obamacare’ Have $1 Trillion In Tax Hikes, Aimed At The Middle Class,” The Washington Post, 3/12/13)
    2.3 Milhões: O número de americanos que no ano que vem só terão UMA opção de seguro de saúde no ano que vem por causa do ObamaCare. (Cynthia Cox And Ashley Semanskee, Preliminary Date on Insurer Exits And Entrants In 2017 Affordable Care Act Marketplaces, Kaiser Family Foundation, 8/28/16)
    41: Estados que viram aumento nas “franquias” dos seguros de saúde apenas em 2016 por conta do ObamaCare. (Nathan Nascimento, “The Latest Problem Under The Affordable Care Act: Deductibles,” The National Review, 04/12/16)

    EDUCAÇÃO SUPERIOR:
    US$ 690 Bilhões: O aumento na dívida dos estudantes via crédito estudantil desde que Obama assumiu. (“Student Loans Owned And Securitized, Outstanding,” Federal Reserve Bank Of St. Louis, 12/27/16)
    98%: O aumento percentual de débito estudantil desde que Obama assumiu. (“Student Loans Owned And Securitized, Outstanding,” Federal Reserve Bank Of St. Louis, 12/27/16)
    US$ 8.390: A média de aumento dos custos nos cursos universitários públicos desde que Obama assumiu. (“Trends In College Pricing 2016,” The College Board, 10/26/16)
    28%: O aumento médio dos custos para alunos de universidades públicas na Era Obama. (“Trends In College Pricing 2016,” The College Board, 10/26/16)
    23%: O aumento na média dos custos para alunos de universidades privadas na Era Obama.(“Trends In College Pricing 2016,” The College Board, 10/26/16)

    IMIGRAÇÃO ILEGAL E POLÍTICA EXTERNA:
    82.288: Número de imigrantes ilegais CRIMINOSOS soltos pela administração Obama apenas de 2013 a 2015. (Maria Sacchetti, “Criminal Immigrants Reoffend At High Rates Than ICE Has Suggested,” The Boston Globe, 6/4/16)
    5.000: Número de imigrantes ilegais A MENOS deportados no último ano pela administração Obama. (Rafael Bernal, “Deportations Under Obama Could Hit 10-Year Low,” The Hill, 8/31/16)
    US$ 400 Milhões: Foi quanto Obama pagou ao Irã para a liberação de prisioneiros desse país patrocinador do terrorismo. (Elise Labott, Nicole Gaouette and Kevin Liptak, “US Sent Plane With $400 Million In Cash To Iran,” CNN, 8/4/16)
    2 Milhões: O número de empregos que os EUA devem perder por conta do acordo Trans-Pacífico patrocinado e negociado por Obama. (Robert E. Scott and Elizabeth Glass, “Trans-Pacific Partnership, Currency Manipulation, Trade, And Jobs,” Economic Policy Institute, 3/3/16)

    LEGADO POLÍTICO:
    717: É o número de “Deputados Estaduais” que o Partido Democrata perdeu pelo país desde que Obama assumiu. (“2009 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 1/26/09; “2016 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 12/6/16)
    231: É o número de “Senadores do Estado” [Nota: nos EUA, estados também tem duas casas] que o Partido Democrata perdeu na Era Obama. (“2009 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 1/26/09; “2016 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 12/6/16)
    63: Cadeiras perdidas pelo Partido Democrata na Câmara na Era Obama (Jennifer E. Manning, “Membership Of The 111th Congress: A Profile,” Congressional Research Service, 12/23/09; “House Election Results,” The New York Times, 12/19/16)
    18: O número de Assembléias Legislativas Estaduais a MENOS que o Partido Democrata passou a controlar na Era Obama. (“2009 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 1/26/09; “2016 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 12/6/16)
    12: O número de governadores a MENOS do Partido Democrata desde que Obama assumiu. (“2009 State And Legislative Partisan Composition,” National Conference Of State Legislatures, 1/26/09; Jennifer Duffy, “Governors: 2017/2018 Race Ratings,” The Cook Political Report, 12/2/16)
    12: Senadores a MENOS que o Partido Democrata tem no Senado desde que Obama assumiu. (Jennifer E. Manning, “Membership Of The 111th Congress: A Profile,” Congressional Research Service, 12/23/09; “House Election Results,” The New York Times, 12/19/16)
    0: O número de candidatos a presidência que foram eleitos defendendo o legado de Obama. (The American People, 11/8/16)

    Goodbye, dear.

    Livremente adaptado de: By numbers, Obama’s legacy of failure

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:01 em 13 de janeiro de 2017:

    Caro José da Silva,

    Obrigadíssimo pela sua valiosa contribuição.

    Paulo Yokota


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