Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Juros e Petróleo Podem Comprometem a Defesa dos EUA

23 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Ainda que o governo norte-americano possa modificar a situação, os atuais dados orçamentários para os próximos anos indicam que os juros a serem pagos como as despesas com o aumento do custo do petróleo podem comprometer os recursos disponíveis para a segunda externa.

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Dados constantes do artigo publicado no site do Nikkei Asian Review, que vale a pena ser lido na sua íntegra

Um artigo importante de Makoto Kajiwara foi publicado no site do Nikkei Asian Review mostrando a preocupação dos aliados dos Estados Unidos com a previsão orçamentária daquele país, pois as defesas, como a do Japão, dependem fortemente da aliança firmada com os norte-americanos. Ele começa por indicar que as ações de empresas como a Lockheed, que fornecem para a defesa dos Estados Unidos, tiveram forte elevação quando Donald Trump foi eleito, mas acusaram baixas quando ele comentou que os custos de aviões como o F-35 são muito elevados.

Wall Street está nervoso com o que pode acontecer com as finanças dos Estados Unidos, pois o Escritório de Orçamento do Congresso previu que a dívida pública daquele país crescerá 64% ao longo de uma década a partir de 2016, devido o aumento da segurança social e outras despesas. Os juros devem crescer 2,9 vezes, não podem ser cortados pelos congressistas e muito mais rapidamente do que os 24% do orçamento previsto para a defesa, o que deve reduzir significativamente, como expresso no gráfico acima.

Este tipo de preocupação já vinha desde 2010 quando o presidente do Estado Maior Conjunto, Michael Mullen, identificou a dívida nacional como a maior ameaça à segurança dos Estados Unidos. Os norte-americanos têm o maior orçamento de defesa do mundo, cerca de US$ 600 bilhões por ano, sem o qual o mundo tende a se tornar menos estável.

Também preocupam as tendências de elevação do custo do petróleo com o vácuo do poder no Oriente Médio, com o declínio do poder dos Estados Unidos. Qualquer atentado terrorista pode manter os preços do petróleo alto como estão. As dívidas externas dos norte-americanos estão com investidores chineses e japoneses na sua liderança, mas os chineses já estão reduzindo suas posições, ainda que as autoridades norte-americanas afirmem que existem outros que comprariam estes ativos se deixados pelos chineses.

Mas tudo indica que os espaços de Donald Trump para contornar estes problemas são limitados, o que explica parte da redução dos custos das assistências médicas que estão ocorrendo. As preocupações japonesas são legítimas, pois tudo indica que terão de gastar muito mais para assegurar a sua segurança externa, o que acontece também com outros aliados dos norte-americanos.


2 Comentários para “Juros e Petróleo Podem Comprometem a Defesa dos EUA”

  1. José
    1  escreveu às 11:41 em 24 de janeiro de 2017:

    O artigo de Makoto Kajiwara é falho, pois as ações de Trump, caso tenha sucesso, pretende exatamente enfrentar esses problemas, que são:
    1. Aumento da segurança social e outras despesas.
    – Trump sinalizou que reduzirá os gastos sociais, acabando com subsídios governamentais em assistência médica (Obamacare), ajuda internacional etc, por exemplo, recentemente ele cancelou decreto que destinava recursos públicos para organizações estrangeiras que permitiam a interrupção da gravidez como um dos métodos de planejamento familiar;
    2. Vácuo do poder no Oriente Médio, com o declínio do poder dos Estados Unidos.
    – Trump sinalizou que investirá na defesa e agirá com mais rigor no Oriente Médio, reforçando os laços com o seu principal aliado na região (Israel), além de ter nomeado os generais aposentados Michael Flynn e Matt Dog na sua principal equipe, sendo que, ambos são os maiores críticos de Obama em relação ao vácuo deixado pelo ex-presidente na região.
    3. Tendências de elevação do custo do petróleo.
    – Trump defendeu a construção de mais refinarias de petróleo nos Estados Unidos, além de diminuir as restrições no setor energético (restrições de meio ambiente);
    4. Wall Street está nervoso com o que pode acontecer com as finanças dos Estados Unidos, pois o Escritório de Orçamento do Congresso previu que a dívida pública daquele país crescerá 64% ao longo de uma década a partir de 2016.
    – Estrategistas de Wall Street mudaram o tom após vitória de Trump (antes de 8 de novembro, os analistas faziam alertas tenebrosos sobre os mercados do mundo todo se Donald Trump surpreendesse com uma vitória na eleição presidencial), mas três semanas depois da eleição, as bolsas americanas continuam batendo recordes, hoje os analistas estão adotando um tom muito diferente. Embora os analistas estejam sugerindo que ainda existe incerteza sobre o impacto em nível setorial, a maioria dos setores antecipam efeitos favoráveis, segundo relatório divulgado pelo Goldman Sachs Group. (Veja no link – http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2016/12/01/estrategistas-de-wall-street-mudam-o-tom-apos-vitoria-de-trump.htm).
    5. Ações de empresas como a Lockheed, que fornecem para a defesa dos Estados Unidos acusaram baixas quando ele comentou que os custos de aviões como o F-35 são muito elevados.
    – Trump sinalizou que fará esforços para que seus aliados elevem seus gastos com a defesa, por exemplo, afirmando que os EUA não mais sustentarão a OTAN e o Japão, o que beneficiará a industria armamentista americana, pois os EUA são o principal fornecedor de equipamentos militares do Mundo;
    6. Dívidas externas dos norte-americanos estão com investidores chineses e japoneses na sua liderança, mas os chineses já estão reduzindo suas posições.
    – Trump sinalizou que as tensões internacionais aumentarão, nesta situação os investidores internacionais tenderão a comprar mais títulos do governo americano, pois os EUA são referência de segurança institucional em época de crise internacional, por exemplo, os investidores japonês, coreanos e taiwaneses correrão aos EUA, caso a tensão com a China aumentem, o que poderá compensar o declínio dos investidores chineses na América.
    Conclusão:
    O artigo publicado no site do Nikkei Asian Review está desatualizado, não é à toa que Wall Street está otimista, as ações na bolsa de valores de New York estão batendo recordes após Trump ser eleito, as vendas de Natal bateram recordes também, indicando que os consumidores americanos estão otimistas com o futuro dos EUA (Comércio dos EUA tem o melhor Natal em uma década após Trump ser eleito, veja no link http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/12/comercio-dos-eua-tem-o-melhor-natal-em-uma-decada.html).

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:10 em 24 de janeiro de 2017:

    Caro José,

    Todos têm o direito às suas opiniões, e acredito que ele se baseou no que está no Orçamento daquele país, admitindo que pode ser modificado.

    Paulo Yokota


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