Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reflexões Sobre a Educação Continuada

14 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags:

Se os jovens estão tendo dificuldades para se manter atualizados com seus conhecimentos, notadamente da informática que costumam ser confundidos com os das tecnologias, os mais avançados em idade enfrentam mais problemas para utilizar plenamente os instrumentos eletrônicos, tanto para o seu manuseio adequado como diante de tantos defeitos que se apresentam nos equipamentos aparentemente descartáveis.

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Ilustração constante nos artigos apresentados no The Economist desta semana, que trata da educação continuada indispensável, que valem a pena serem lidos na sua íntegra

A revista The Economist apresenta alguns artigos como os especiais deste último número que acabam sugerindo algumas reflexões. A educação formal hoje aplicada nos Estados Unidos e que acaba influenciando todo o mundo ocidental enfatiza exageradamente na formação para empregos especializados, diferenciando da que prevalecia antes da Segunda Guerra Mundial, que sob influência francesa era mais humanística. A Universidade de São Paulo e o grosso da educação formal brasileira eram influenciados pela França, de forma semelhante com a diplomacia no mundo que utilizava o idioma francês. A reforma universitária introduzida nesta universidade em torno de 1960 provocou uma forte departamentalização nos moldes das instituições norte-americanas. Parece que muitos alunos em vez de aprenderem a pensar passaram a acumular conhecimentos de determinado segmento, que, por se alterarem cada vez mais rapidamente, exigem dos formados em nível superior cursos especializados para acompanhar a evolução. Dispõe-se hoje de variados cursos que podem ser feitos até pela internet.

Se no passado, sem querer ser confundido com um saudosista, as máquinas costumavam ser fabricadas para durar décadas, os atuais equipamentos eletrônicos parecem descartáveis com os lançamentos repetidos de novos modelos, o que também requer uma durabilidade curta que força as novas aquisições de modelos atualizados com maior frequência. Se os jovens ficam com dificuldades para se manter atualizados, os pobres idosos nem têm a esperança de acompanhá-los, como bem expresso no excelente filme inglês “Eu, Daniel Blake”, do diretor Ken Loach, atualmente exibido em São Paulo.

O que acontece paralelamente é que isto tende a piorar a distribuição de renda, acelerando os descartes dos idosos considerados mais difíceis de serem adaptados às condições dinâmicas de constantes mudanças. Também os recursos humanos menos escolarizados quase sempre não são informados das inovações que estão sendo introduzidas em muitos campos, ainda que existam pessoas com especial habilidade para novos conhecimentos, com destaque para crianças e adolescentes sujeitos às novas motivações.

A revista The Economist informa também a existência de empresas e países como Cingapura que estão proporcionando espécies de bônus para motivar seus funcionários ou cidadãos a fazerem cursos de diversas atualizações. O que se verifica também é que estão empregando mais robôs e as funções mais nobres estão voltadas aos seres humanos. Mas é preciso admitir que somente uma elite de seres humanos estão capacitados para acompanhar estas evoluções tecnológicas, sendo que a maioria da classe média e os mais desfavorecidos da sociedade, em maior número, ainda contam com grandes limitações para se manter acompanhando as evoluções tecnológicas, mais fortes nos conhecimentos de ponta.

A esperança é que o mundo emergente ainda continua tendo mais jovens, embora, mesmo entre muitos países como o Brasil, o aumento dos idosos esteja sendo expressivo.



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