Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Importância da Exportação Para os Experientes no Mundo

23 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image002Se existe uma empresa originária no Brasil que se tornou importante na China e em muitos outros países, esta é a Whirlpool. Ela é proprietária das marcas de eletrodoméstico Brastemp, Consul e Kitchen Aid, além de compressores que é da Embraco (Brasmotor), que faz parte do grupo. O presidente para a América Latina, João Carlos Brega, chega a exportar da Colômbia para a Argentina, ainda que tenha fábrica em Joinville. (João Carlos Brega, presidente da Whirlpool para a América Latina)

Apesar das notícias oficiais e da imprensa que a economia brasileira está começando a se recuperar, para grupos como a Whirlpool, que opera no mundo, as notícias poderiam ser mais acalentadoras, pois eles são eficientes para atuar na China como no resto do mundo, possuindo dados e longas experiências que mostram que o Brasil ainda está muito longe do desejável, havendo sensíveis aperfeiçoamentos a serem introduzidos no país. Numa entrevista concedida a Gustavo Brigatto e publicada no Valor Econômico, informa que as jabuticabas não deixam o Brasil crescer. Não é de hoje que isto acontece, mas o grupo vem informando as colossais dificuldades que enfrentam no Brasil, sendo obrigado a atuar no exterior, inclusive na China.

A lista das dificuldades vai da burocracia, da infraestrutura portuária deficiente, produtos que ficam esperando dias pela liberação, custos trabalhistas e questões tributárias, entre outros que são apresentadas pelo grupo nas entidades de classe, autoridades brasileiras e muitos outros que continuam sem tomar as medidas mínimas de aperfeiçoamento, dos quais somos testemunhas pessoais.

Os papéis necessários para as exportações no Brasil são 40% superiores aos da China. O custo dos recursos humanos é 60% mais caro do que em Beijing, o mais alto na China. Com relação ao México, chega a 77%. A sua conclusão é que não se trata somente do câmbio exageradamente valorizado.

Se o governo deseja recuperar o emprego e a economia, estas medidas podem ser tomadas pelo Congresso e pelo Ministério da Fazenda que continua preocupado somente com cartórios que deixam o Brasil não competitivo. O setor de eletrodoméstico brasileiro está com 30% de capacidade ociosa por conta da queda do consumo local. Em 2016, houve uma redução de 10,5% para geladeiras, fogões e lavadeiras em relação ao ano anterior, chegando a 12,9 milhões de unidades, quando em 2012 atingiu nada menos do que 18,9 milhões. Falta muito para voltar ao que o Brasil já era.

A empresa registrou um resultado de 9% com tudo isto, mostrando sua eficiência. Os números englobam a da Embraco (Brasmotor), fabricante de compressões, onde ela se destaca no mundo. Não se trata de complexos problemas políticos, mas da acumulação da burocracia que não é combatida pelo governo, mesmo que apontada pelas empresas. Não basta ao governo ficar com discursos que aparentam ser simpáticos se o que realmente interessa não está sendo aperfeiçoado, não somente para estas empresas, mas para aqueles que se dedicam ao aumento da produção e da exportação, inclusive do setor rural brasileiro.


2 Comentários para “Importância da Exportação Para os Experientes no Mundo”

  1. Joao Souza
    1  escreveu às 05:01 em 24 de fevereiro de 2017:

    Muito pertinente essa visão. O que é mais importante? Se preocupar com o crescimento da sua empresa ou ficar dando murro em ponta de faca no Brasil. O senhor poderia fazer um post sobre a migração das industria brasileiras para o Paraguai onde os impostos, a burocracia é muito mais simples. Até quando o Brasil vai ficar deitado eternamente em berço esplendido?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 11:12 em 26 de fevereiro de 2017:

    Caro João Souza,

    Realmente, a economia brasileira está tão sem rumo que algumas empresas de confecções preferem se instalar no Paraguai. Muitos produtores rurais já estão lá tradicionalmente. Precisamos acordar, pois esta política cambial só procura salvar os bancos que se beneficiam dos fluxos financeiros, para absorverem muitas operações duvidosas que fizeram.

    Paulo Yokota


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