Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Dilema da Toyota nos Estados Unidos Com Trump

8 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , , | 45 Comentários »

Um artigo publicado por Toshihiro Sato no Nikkei Asian Review informa sobre o dilema da Toyota, que já declarou efetuar investimentos adicionais nos Estados Unidos, seu principal mercado no mundo, equivalentes a US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos. Mas isto prejudicaria a meta de produção no Japão de três milhões dos seus veículos, indispensável para manter a sua competitividade, mesmo com a valorização do yen.

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Akio Toyoda, presidente da Toyota, anunciou em Detroit, USA, o plano de efetuar US$ 10 bilhões de investimentos nos Estados Unidos. Foto publicada no site do Nikkei Asian Review

A indústria automobilística japonesa ainda que monte nos Estados Unidos mais veículos do que para lá exporta, notadamente do Japão e do México, continua sendo pressionada pelo novo governo de Donald Trump com a possibilidade de imposição de uma elevada tarifa de importação. O assunto deve ser objeto de conversa entre Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês com o presidente norte-americano no seu encontro direto previsto para amanhã em Washington.

Informa-se que os Estados Unidos representam 30% das vendas da Toyota no mundo e 40% do seu lucro operacional. Muitas alternativas precisam ser consideradas para manter a sua competitividade no mundo, notadamente na qualidade dos seus veículos, assistência técnica, bem como a produção de alguns modelos, como o Highlander SUV produzido no Estado de Indiana, nos EUA.

A competitividade mundial da Toyota depende muito de sua fábrica em Mikawa, na província de Aiichi, bem como o grande número dos seus fornecedores de componentes localizados na região. Prometeu continuar mantendo três milhões de veículos no Japão para sustentar todo este complexo, o que também depende do câmbio que está com o yen cada vez mais valorizado. Isto pode provocar o mesmo efeito do Acordo de Plaza que provocou a estagnação da economia japonesa por cerca de duas décadas.

As questões que estão sendo colocadas à mesa exigem muitos cuidados, incluindo a possibilidade de produção nos Estados Unidos de componentes estratégicos como os motores, os veículos com tecnologias de ponta para o futuro como elétricos e com o uso de hidrogênio e outras questões de grande influência para as próximas décadas. A Toyota ainda atua como uma grande multinacional japonesa, com forte influência da sua família fundadora, a Toyoda, que começou no início do século passado com a produção de teares e relativamente poucos executivos originários de outros países.

A sua presença na economia brasileira, ainda que superestimada por muitos analistas locais, é insignificante no contexto mundial da empresa, com muitos modelos fundamentalmente obsoletos. Goza do prestígio de sua durabilidade e por exigir um mínimo de manutenção, considerado de boa qualidade. Um ex-presidente da empresa com o qual mantive intensos contatos afirmava que só considerava como uma fábrica a que produzisse mais de 400 mil veículos, o que não se consegue no Brasil pelo seu mercado mais restrito e pouca competitividade para a exportação.


45 Comentários para “O Dilema da Toyota nos Estados Unidos Com Trump”

  1. José Carlos
    1  escreveu às 15:12 em 9 de fevereiro de 2017:

    YOKOTA, o Trump é um mal-agradecido, pois muitas multinacionais japonesas têm fábricas nos EUA. Elas recolhem tributos e geram empregos, sem falar na boa qualidade – na média – dos produtos de tecnologia nipônica (indiscutível!).

    Os norte-americanos são os maiores compradores de carros Toyota, Lexus, Honda, Acura, Nissan, Infiniti, Subaru, Mazda e Mitsubishi do mundo. Caminhões Isuzu e Hino também são vendidos na terra do Tio Sam. Motos Yamaha, Kawasaki, Honda e Suzuki idem.

    Tenho o privilégio de ter um Honda Civic, mas já fui dono de um Toyota Corolla. São automóveis fantásticos. Quando jovem, já pilotei uma moto danada da Yamaha que me ajudou bastante a paquerar as moças mais bonitas do bairro e da universidade.

    Trump deveria pensar mais no privilégio dos consumidores ianques que podem comprar um Mazda CX-9, um Subaru Crosstrek, um Lexus LX 570 etc. Modelos que, dificilmente, os brasileiros encontrarão por aqui.

    O senhor soube da aliança da Toyota Motor e da Suzuki Motor? Será que envolverá uma aliança de capital? A Toyota é danada, pois mantém alianças, relações com a Daihatsu, a Hino, a Mazda, a Isuzu, a Yamaha, a Fuji-Subaru, a J-Bus* (via Hino Motors) e, agora, a Suzuki.

    *J-BUS (uma das maiores fabricantes de ônibus do Japão):
    http://www.jbus.co.jp/index.html

    Fiquei feliz, outrossim, pela Honda que estabeleceu um “joint venture” com a Hitachi para desenvolver motores elétricos. A Mazda e a Isuzu se uniram no setor de picapes. A Toyota está tornando-se uma “mãezona” das demais montadoras nipônicas. A Nissan e a Mitsubishi também se aliaram.

    Mas confesso que estou triste com a Mitsubishi Motors (escândalos recentes). A meu ver, historicamente, ela foi muito mal administrada. O fato de pertencer ao todo poderoso conglomerado Mitsubishi fez com que ela se acomodasse. Outras companhias do grupo, costumeiramente, vinham em seu socorro quando em crise financeira. O senhor acha que o Carlos Ghosn “dará um jeito” na citada fabricante?

    O Japão é, de fato, um país fantástico que ainda pode se dar ao luxo de, com a genialidade do seu povo, criar novas montadoras, tais como:

    Green Lord Motors:
    http://glm-g4.com/
    http://glm.jp/about/

    Terra Motors:
    http://www.terra-motors.com/

    E o que dizer das simpáticas Mitsuoka e Duesen Bayern?

    Mitsuoka
    http://www.mitsuoka-motor.com/global/

    Sinto inveja do senhor que conhece o Japão como ninguém e, ademais, já conversou com os executivos de diversas montadoras japonesas. Uma pena que o Brasil não seja como o Japão. Assim, quem sabe, as fabricantes brasileiras Puma e a Gurgel não teriam falido (acho que o senhor tem uma brevíssima lembrança delas). A Agrale e o grupo Marcopolo (carrocerias de ônibus), porém, nos dão algum orgulho.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:11 em 9 de fevereiro de 2017:

    Caro José Carlos,

    Como mencionei, os japoneses só consideram uma fábrica com escala viável quando produz mais de 400 mil unidades. O resto dá prejuízo. A indústria automobilística exige escala e não se faz o que se deseja, mas o que pode ser feito. Vejo também problemas quando eles procuram trabalhar com tecnologias de outros países, como mencionei em alguns livros que escrevi sobre o assunto. Eles tem muitas coisas boas, no geral estão em decadência, com a população decrescente, a economia estagnada por muitas décadas. Parece que as grandes potências mundiais precisam de mais escala e câmbio. O Japão foi sacrificado pelo Acordo de Plaza e com a valorização atual do yen pode passar por outras décadas perdidas. Meus amigos especialistas no Japão estão preocupados.

    Paulo Yokota

  3. Adriana Paoli
    3  escreveu às 16:36 em 9 de fevereiro de 2017:

    Paulo,

    Por que as montadoras japonesas não compram o controle acionário de rivais estrangeiras? Vai me dizer que os impérios Toyota e Honda não poderiam ter, como subsidiárias, fabricantes de automóveis do continente europeu ou dos EUA?
    Só a Suzuki (motos e carros) que é uma exceção, pois ela tem o controle societário majoritário da indiana Maruti. A “trading” Sumitomo Corp. tem 55% das ações da pequena montadora hindu SML ISUZU. A fabricante nipônica Isuzu Motors (caminhões) tem somente 4% de participação acionária.
    Quanto ao Donald Trump, na verdade, ele está mais para Donald Duck, ou seja, o Pato Donald. Ele lembra o ex-presidente Lula que era conhecido pelas bravatas. Trump deveria baixar a crista. Nunca gostei dele.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 17:02 em 9 de fevereiro de 2017:

    Cara Adriana Paoli,

    Obrigado pelos seus comentários.
    Tenho a impressão que no mundo poucos grupos automobilísticos continuarão com as suas atividades, produzindo cerca de 10 milhões de unidades em diversos países para o mercado mundial. Outros serão pequenos e não muito competitivos. A estratégia de quais lhes interessam absorver é uma questão muito complexa e estudada. A Toyota como a Honda são eminentemente japonesas e possuem pequenas possibilidades de usarem tecnologias estrangeiras, como está sendo feito pela aliança Renault/Nissan e seus complementos. O que vai resultar da negociação dos japoneses com o novo governo Donald Trump ainda é uma incógnita, mas tenho a impressão que haverá um acordo bilateral, como mencionei em outro artigo que postei, sobre a Nissan aliada à Daimler no seu projeto no México para a produção do Infinit. Acredito que Donald Trump desempenha um papel que lhe é conveniente como aos seus aliados, não podendo ser subestimado, ainda que extremamente polêmico.

    Paulo Yokota

  5. Alexandre Moreira dos Santos
    5  escreveu às 18:22 em 9 de fevereiro de 2017:

    Ótimo debate! Caro amigo, acho que a Honda deveria comprar a Mazda (ainda independente) e alguma (s) outra (s) montadora (s) japonesa (s). Ela precisa ficar perto do tamanho da VW, da Toyota, da GM, e da Aliança Renault – Nissan. A Toyota não comprou papéis da Mazda.
    A meu ver, a Honda poderia, também, ter olhado antes para a Mitsubishi, antes da Nissan.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 17:10 em 10 de fevereiro de 2017:

    Caro Alexandre Moreira dos Santos,

    Obrigado pelo seu comentário. Na minha opinião os acordos, alianças ou fusões e incorporações, dependem das complementaridades das equipe técnicas, que podem estar capacitadas em alguns setores e não competitivas em outras. Por exemplo, a Nissan foi capaz de desenvolver uma bateria muito eficiente que está tornado a aliança Renault-Nissan a líder no mercado mundial de carros elétricos, com 50% do total. A Honda e a Mitsubishi Motors, pelo que conheço, não teria este tipo de complementaridade.

    Paulo Yokota

  7. Olavo Alves
    7  escreveu às 22:03 em 9 de fevereiro de 2017:

    O que o senhor quis dizer com a frase abaixo?

    “Toyota como a Honda são eminentemente japonesas.”

    Obs.: as duas referidas permanecem sob controle societário nipônico.

    Por ser controlada pela francesa Renault, por exemplo, a Nissan não seria “eminentemente japonesa”?

    Abraços,
    Olavo Alves

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 17:05 em 10 de fevereiro de 2017:

    Caro Olavo Alves,

    O que existe entre a Renault e a Nissan, que são empresas independentes é uma aliança, que possuem formas diferentes, tanto no caso com a Mitsubishi Motors como com a Daimler. O controle do capital passou a ser irrelevante, pois no Japão existem muitas que somente com 3 a 4% do capital existem poderes para a decisões fundamentais. Onde o mercado de capitais funciona, isto tende a acontecer. O que parece relevante é o corpo de técnicos que possuem um poder imenso nestas empresas de tecnologias avançadas.

    Paulo Yokota

    Paulo Yokota

  9. Olavo Alves
    9  escreveu às 22:28 em 9 de fevereiro de 2017:

    Caro Paulo:

    Conheço uma pessoa que trabalha para uma grande montadora alemã que diz que teme muito mais os oponentes japoneses, principalmente, e coreanos. Prefiro não citar o nome do grupo germânico e nem o cargo que ele ocupa.
    Vai por mim: a tecnologia japonesa ainda é temida e respeitada. Se a Honda e a Toyota são “eminentemente japonesas” por isso, que continuem sendo. No universo das marcas de automóveis, a da Toyota é a mais valiosa. Em 2016, a Toyota foi a marca de veículos mais pesquisada no Google. Dentre as montadoras, a Toyota é a número um do mundo em depósitos de patentes (a Honda é a segunda). Assim, que bom que sejam “eminentemente japonesas”. Honda Clarity, Toyota Mirai, Toyota Prius e Honda Insight são exemplos de carros com a refinada tecnologia do Japão.

    Abraços,
    Olavo Alves

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 17:00 em 10 de fevereiro de 2017:

    Caro Olavo Alves,

    Conheço razoavelmente e pessoalmente estas indústrias e elas têm os seus méritos, mas também hoje procuram absorver tecnologias de outros países. Hoje se compete com autos elétricos, de hidrogênio e que se deslocam sem a ação dos motoristas, e até grupos fora das indústrias tradicionais pesquisam estas tecnologias em todo o mundo, visando o futuro sustentável.

    Paulo Yokota

  11. Rodolfo Cavalcanti Pereira
    11  escreveu às 08:03 em 10 de fevereiro de 2017:

    Amigo, a Ferrari é pequena, mas muito competitiva. Os grupos Fiat Chrysler Automobiles e PSA Peugeot Citroën são gigantes, mas não têm sido tão eficientes assim. A Subaru é menor quando comparada com os citados grupos, porém, tem sido mais eficiente.
    A gigantesca GM só não faliu, no passado, em função do socorro do Estado norte-americano. Hoje, porém, tem sido mais eficinte tendo lucro líquido de cerca de nove bilhões.
    LOGO, TAMANHO NÃO É DOCUMENTO.

  12. Paulo Yokota
    12  escreveu às 16:54 em 10 de fevereiro de 2017:

    Caro Rodolfo Cavalcanti Pereira,

    Existem modelos excepcionais de pequena quantidade, mas quando considerada a sua participação no mercado, acabam sendo pouco significativas. Também as grandes indústrias possuem alguns modelos especiais, quase artesanais.

    Paulo Yokota

  13. Simone Aparecida
    13  escreveu às 10:16 em 10 de fevereiro de 2017:

    O Donald Trump está de parabéns! Ele está defendendo os interesses dos EUA! Chega de aceitar abusos da China, do Japão etc. Querem vender Civic, Corolla, Sentra etc.? Que as montadoras japonesas gerem mais empregos nos EUA construindo várias fábricas.
    Deveríamos fazer o mesmo e parar de aceitar as tranqueiras importadas chinesas como JAC, Chana, Geely, Chery etc. Ainda que sejam esses carros vagabundos “Made in China”, essas empresas deveriam construir unidades fabris no Brasil e pagar impostos e criar empregos.
    Basta Lula e Dilma regressarem que tudo vai mudar.

  14. Paulo Yokota
    14  escreveu às 16:49 em 10 de fevereiro de 2017:

    Cara Simone Aparecida,

    Obrigado pelo seu comentário. O que me parece é que o seu preconceito com os produtos chineses não vai durar muito. Depois de Guerra os produtos japoneses eram considerados baratos mas de baixa qualidade, depois foram os coreanos, agora os chineses. Por incrível que pareça o que vi pessoalmente na China superam em alguns setores o que estava sendo feito no resto do mundo. Por exemplo, os trens que levitam no qual eu andei, que eram melhores que os japoneses. Com o volume de trens rápidos, metrôs e outros assemelhados que produzem e hoje já competem até no mundo desenvolvido, como em outros setores que superaram os Estados Unidos, como os grandes e velozes computadores, mostram aspectos deste rápido desenvolvimento.

    Paulo Yokota

  15. Miguel Padilha de Almeida
    15  escreveu às 13:38 em 10 de fevereiro de 2017:

    Realmente, podemos aprender muito com o Ásia Comentada. Em outros blogs, sites e fóruns, vejo pessoas ignorantes comentando sobre a indústria automobilística. Aqui, porém, nota-se que o debate é mais técnico. É possível manter-se bem atualizado com informações contidas nesse blog. Meus parabéns!

  16. Paulo Yokota
    16  escreveu às 16:36 em 10 de fevereiro de 2017:

    Caro Miguel Padilha de Almeida,

    Obrigado pelo seu comentário, e se existe algum mérito do site é que estão o máximo aberto para o debate, mesmo não concordando com tudo, que não é preciso. Acho que a indústria japonesa no geral tem os seus méritos, mas podem absorver contribuições de outros países também, pois nem sempre somos bons em tudo, mas podemos ter algo com que contribuir.

    Paulo Yokota

  17. Erick M. Bernard
    17  escreveu às 06:42 em 11 de fevereiro de 2017:

    Bacana o blog e o salutar debate. A Toyota, a meu ver, deveria comprar a francesa PSA Peugeot Citroën e ganhar mercado no continente europeu, onde o grupo japonês não é tão forte. Pela experiência, o que o amigo acha???

    Obs.: a PSA Peugeot Citroën está com valor de mercado baixo, pois acumula dívidas e ainda está recuperando-se de uma crise financeira, mas tem boa tecnologia..

  18. Paulo Yokota
    18  escreveu às 20:59 em 12 de fevereiro de 2017:

    Caro Erick M. Bernard,

    Pelo que conheço, a Toyota e sua cultura empresarial é extremamente japonesa o que a levou a se associar com outra empresa japonesa. Estes problemas das culturas de cada empresa são importantes, e não acredito que ela tenha interesse numa europeia, por enquanto. A Toyota já tem os seus problemas como a política do Donald Trump e perdeu o primeiro lugar para a Volkswagen.

    Paulo Yokota

  19. Pedro Paulo Souza dos Santos
    19  escreveu às 15:34 em 13 de fevereiro de 2017:

    Sr. Paulo:
    Ao acaso, encontrei o Ásia Comentada. Sempre gostei de pesquisar sobre montadoras de veículos automotores e admito que sou fã das marcas japonesas. Todas, sem exceções.
    Vejo, também, que há pessoas bem informadas comentando, pois eu nunca tinha ouvido falar na Terra Motors e na Green Lord, citados pelo leitor José Carlos.
    Desculpe-me pelo incômodo, mas eu gostaria de saber, outrossim, a sua opinião sobre uma curiosidade minha.
    Não seria interessante a Honda comprar a Mitsubishi Fuso Truck and Bus Corporation e a UD Trucks (antiga Nissan Diesel), a fim de completar o seu portfólio de produtos? As nipônicas Fuso e UD Trucks fabricam caminhões e ônibus, que jamais foram especialidade do grupo Honda. Assim, a montadora fundada por Soichiro Honda teria motocicletas, carros, caminhões e ônibus, ou seja, completaria o seu leque de produtos.
    O senhor tem a ciência, provavelmente, de que a Honda produz turbinas, jatos, produtos de força, painéis solares, robôs etc. Por que não, agora, passar a vender caminhões e ônibus que são produtos mais consentâneos com a indústria automobilística?
    Por que a Toyota não desenvolve motocicletas? Ela não é aliada da Yamaha? Esta última não poderia dar uma mão para a primeira? Uma multinacional que fabrica o Prius (híbrido) e o Mirai (hidrogênio) tem, decerto, capacidade tecnológica para criar uma moto.

    Um grande abraço!
    P. P. Santos

  20. Simone Aparecida
    20  escreveu às 19:58 em 13 de fevereiro de 2017:

    O senhor mencionou que: “Estes problemas das culturas de cada empresa são importantes, e não acredito que ela tenha interesse numa europeia, por enquanto.”.

    POR ENQUANTO? Acha, realmente, que a Toyota poderia comprar uma montadora do continente europeu? Yokota, por favor, não me faça rir… VW, BMW, Mercedes, Fiat Chrysler, Volvo e PSA Peugeot Citroën são grupos deveras poderosos. A Renault é montadora voraz e jamais será comprada!

  21. Paulo Yokota
    21  escreveu às 07:59 em 14 de fevereiro de 2017:

    Cara Simone Aparecida,

    Já informei neste site que o mundo só considera grupos automobilísticos que produzem cerca de 10 milhões de veículos anuais, ainda que com alianças. A Toyota, na minha opinião, deveria internacionalizar-se procurando alianças fora do Japão, o que não é fácil.

    Paulo Yokota

  22. Lucas Ferrari
    22  escreveu às 10:30 em 14 de fevereiro de 2017:

    Há um equívovo no seu texto, pois a família Toyoda não tem mais o poder de controle (controle acionário) da montadora Toyota Motor. Veja no link abaixo que os Toyoda sequer aparecem entre os maiores acionistas da Toyota Motor. Trata-se de controle gerencial. Só o Akio Toyoda (neto do fundador da Toyota Motor) é o atual presidente e diretor executivo desta companhia.

    http://www.toyota-global.com/investors/stock_information_ratings/outline.html

  23. Paulo Yokota
    23  escreveu às 08:16 em 15 de fevereiro de 2017:

    Caro Lucas Ferrari,

    No Japão existem grupos que detém somente 3% e controlam uma empresa, ou possuem fortes influências nelas. Se os últimos presidentes da Toyota são todos da família Toyoda não lhe parece que algo de errado no seu raciocínio simplista. Se ela é uma empresa japonesa, parece que há que raciocinar como os japoneses.

    Paulo Yokota

  24. Patrícia Alonso
    24  escreveu às 18:50 em 14 de fevereiro de 2017:

    Fala sério! A Toyota só faz carro sem graça e para “tiozão”. Há muitos coroas nos EUA e, por isso, vende bem por lá. Montadora “sem sal” que faz algum sucesso pela fama que os japoneses construíram ao longo dos anos.

  25. Paulo Yokota
    25  escreveu às 08:10 em 15 de fevereiro de 2017:

    Cara Patrícia Alonso,

    O grosso do mercado mundial é de modelos simples, e a Toyota ainda é a segunda no mundo, perdendo somente por pouco para a Volks, que não tem modelos espetaculares, que servem para show, mas não para obter lucros com o volume. Ainda que não seja do seu agrado, pode estar certa que também em outros produtos, o mercado relevante é dos “tiozão”, na sua opinião.

    Paulo Yokota

    Paulo Yokota

  26. Henrique Dias
    26  escreveu às 06:38 em 15 de fevereiro de 2017:

    Bacana demais a prosa! Também fiquei curioso com as indagações do Sr. Pedro Paulo Souza dos Santos, em 13 de fevereiro de 2017. Por que o senhor não respondeu? O blog é fantástico!

  27. Paulo Yokota
    27  escreveu às 07:59 em 15 de fevereiro de 2017:

    Caro Henrique Dias,

    Ainda que a indústria automobilística tenha a sua importância, parece-me que não é o único assunto que merece a nossa atenção. Estão se registrando avanços tecnológicos em muitos setores, com importância para o mundo das próximas décadas.

    Paulo Yokota

  28. Carlos Silva
    28  escreveu às 15:07 em 15 de fevereiro de 2017:

    Professor Yokota:

    O senhor poderia, por gentileza, explicar como no Japão um acionista que é titular de somente 3% do capital social de uma companhia pode controlá-la? Muito obrigado!

  29. Paulo Yokota
    29  escreveu às 19:16 em 15 de fevereiro de 2017:

    Caro Carlos Silva,

    Em muitos países desenvolvidos as ações nas bolsas são muito pulverizadas e todos possuem somente um pequeno percentual. Isto é acentuado no Japão, e os bancos costumam reunir alguns grupos de acionistas e as assembleias costumam ser realizadas na mesma hora e dia para todas as empresas. Isto para evitar alguém que deseje perturbar a reunião, podendo até ser um yakuza com somente uma ação. Os grupos costumavam estar bem organizados e somente com um percentual como de poucas dezenas, já se obtinham maioria. Como um país tradicional, muitos fundadores como da Toyoda (antes da guerra eram produtores de teares, como em muitos países onde a indústria de maior expressão era a têxtil). Eu que tive alguns amigos da família Toyoda, pelo que saiba, sempre foram os executivos principais, como é atualmente. Lamentavelmente, os países novos como o Brasil não possuem tradições de séculos, não havendo Fundos de Pensão, que costumam ter grandes percentuais como de 3%. É muito diferente do Brasil.

    Paulo Yokota

  30. Pedro Paul0 Barbieri
    30  escreveu às 23:14 em 3 de março de 2017:

    Amigo,

    Eu estava pesquisando sobre carros elétricos para um trabalho da escola e achei o seu blog. Permita-me, por favor, fugir do tema do artigo, mas considero que a Mitsubishi Motors deveria ter feito um acerto, um ajuste com a Toyota e não com a Aliança Renault-Nissan. O grupo Toyota lançou o primeiro carro movido a célula de combustível (Mirai), bem como é forte nos automóveis híbridos (Prius). A Mitsubishi, aliás, tem o ótimo elétrico i-Miev. Logo, ambas se complementam.

    Reputo o keiretsu vertical da Toyota e o Toyota Production System fabulosos! Sinto pena que o conglomerado Mitsubishi aceitou que a Nissan comprasse 34% das ações da Mitsubishi Motors. Acho que esta última se beneficiaria muito mais com o know-how da Toyota que, possivelmente, não a transformaria numa subsidiária. Veja, por exemplo, as alianças da Toyota com a Suzuki, a Mazda, a Isuzu, a Yamaha e a Subaru. Acho que a existência de montadoras independentes é importante para o mercado consumidor. Não sei se o senhor concorda comigo …

  31. Paulo Yokota
    31  escreveu às 12:12 em 4 de março de 2017:

    Caro Pedro Paulo Barbieri,

    Obrigado pelo uso do site e seus comentários. Eu que vivi e conheço razoavelmente o Japão tenho a impressão que sua economia, como a população está envelhecendo e precisa se entender com grupos estrangeiros para continuar se manter intercâmbios com diferentes formas de ver o mundo e a tecnologia.
    Somando somente com empresas japonesas, nada muda na sua essência. O problema dos carros elétricos é contar com uma boa bateria como conseguiu a Nissan. O fato concreto é que nenhum grupo japonês estava disposto a ajudar a Mitsubishi Motors, como outras de suas similares do antigo grupo Mitsubishi, como tem acontecido com a Mitsubishi Heavy e a Kirin. Eles sabem melhor que nós que precisam de mudanças radicais.

    Paulo Yokota

  32. Daniel Girald
    32  escreveu às 03:46 em 5 de março de 2017:

    Por mais que a Toyota esteja mesmo imbuída de um nacionalismo exacerbado, não está se esquivando de parcerias com grupos ocidentais. Chegou a substituir as versões européias da HiAce por um modelo fornecido pelo grupo PSA Peugeot/Citroën, além de estar articulando uma parceria para desenvolvimento de motores com a BMW. Há ainda a questão do domínio da Toyota no campo dos veículos híbridos, que sem sombra de dúvidas se tornou um ativo valioso para a empresa.

  33. Paulo Yokota
    33  escreveu às 10:25 em 7 de março de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    O problema da Toyota como algumas outras empresas japonesas é que não se encontra entre seus dirigentes importantes muitos estrangeiros que também podem dar contribuições importantes.

    Paulo Yokota

  34. Ludmila O. Klein
    34  escreveu às 20:07 em 7 de março de 2017:

    Simpático Blogueiro:

    Reconheço que a Toyota é poderosa nos EUA, pois cansei de observar carros da marca por lá. O Trump, de fato, está enchendo o saco da referida fabricante. Mas acho que a japonesa é fraca no continente europeu. Presumo que a Vauxhall e a Opel ficariam melhor nas mãos da Toyota do que da PSA Peugeot Citroën. Sou da compra?

  35. Paulo Yokota
    35  escreveu às 09:10 em 9 de março de 2017:

    Cara Ludmila O. Klein,

    Obrigado pelo comentário. Não entendi o que V. desejou dizer com a expressão final. Acho que já discutimos demais os problemas do setor automobilístico.

    Paulo Yokota

  36. Carlos Silva
    36  escreveu às 12:36 em 22 de agosto de 2017:

    Dr. Yokota:

    A Toyota comprou 5% das ações da Mazda. Estranhei o fato do senhor não ter desenvolvido nenhum artigo. Abraços.

  37. Paulo Yokota
    37  escreveu às 10:15 em 23 de agosto de 2017:

    Caro Carlos Silva,

    Houve uma transação recíproca, pois a Mazda também adquiriu poucas ações da Toyota, que vem mantendo relações com empresas japonesas especializadas em veículos de pequeno porte. No conjunto, ainda que não tenha registrado no Asiacomentada, o que pensei que tinha feito, não parece algo muito importante, pois são entendimentos entre empresas japonesas, não envolvendo relacionamentos globalizantes, com empresas do exterior.

    Paulo Yokota

  38. Marcos Paulo de Oliveira
    38  escreveu às 19:56 em 5 de dezembro de 2017:

    Senhor Yokota:

    A Toyota comprará ações da Suzuki? Ela é, hoje, titular de papéis da Mazda, Subaru, Yamaha, Isuzu, Hino, Daihatsu etc.

  39. Paulo Yokota
    39  escreveu às 08:10 em 7 de dezembro de 2017:

    Caro Marcos Paulo de Oliveira,

    Pelo que conheço pessoalmente do Japão, o que parece é que as cooperações de empresas automobilísticas e outras que possuem o mesmo tipo de cultura de um arquipélago não parece melhorar muito as coisas no mundo globalizado. Há necessidade de absorver culturas de outros países, como algumas empresas japonesas estão fazendo para se tornarem internacionais.

    Paulo Yokota

  40. Samuel Nogueira Pires
    40  escreveu às 09:04 em 28 de fevereiro de 2018:

    Doutor Yokota:

    Não entendo o porquê do pujante conglomerado Toyota não se interessar em comprar o poder de controle de uma montadora de fora do Japão. O economista não acha que a sueca Volvo (Aktiebolaget Volvo ou AB Volvo) poderia ser um ativo valioso ao grupo nipônico? Observe-se que a Volvo Cars é parte do grupo chinês Geely.
    A Volvo poderia ser integrada à Hino Motors que é uma subsidiária da Toyota. Lembre-se de que a fabricante japonesa fundada pela família Toyoda tem, também, uma aliança com a Isuzu que é especializada em caminhões e ônibus (a Toyota tem cerca de 6% das ações da Isuzu). A sueca é, indubitavelmente, detentora de refinada tecnologia.

  41. Paulo Yokota
    41  escreveu às 19:41 em 1 de março de 2018:

    Caro Samuel Nogueira Pires,

    Os japoneses no geral possuem dificuldades para absorverem conhecimentos desenvolvidos no exterior, valorizando demais as suas próprias. Combinar suas tecnologias com de empresas estrangeiras não é fácil para eles, ainda que estas coisas estão se alterando. Os chineses são mais pragmáticos, tendo facilidade de aperfeiçoar as que foram desenvolvidas no exterior. As culturas empresariais são difíceis de serem alteradas.

    Paulo Yokota

  42. Paulo Henrique Cunha
    42  escreveu às 18:08 em 1 de março de 2018:

    Paulo, quem está na crista da onda não é a Toyota, mas a chinesa Geely que comprou 9,7% das ações da Daimler AG (Mercedes-Benz).

  43. Paulo Yokota
    43  escreveu às 19:35 em 1 de março de 2018:

    Caro Paulo Henrique Cunha,

    As empresas japonesas costumam valorizar demais as tecnologias desenvolvidas por elas mesmas. Não se interessam muito pelas das outras estrangeiras principalmente, pois para os funcionários japoneses acabam sendo difícil combinar com o que eles possuem de interessante, o que difere com os chineses que não tinham tradição na indústria automobilística.

    Paulo Yokota

  44. Jennifer Almeida Pires
    44  escreveu às 18:42 em 26 de março de 2018:

    Querido Paulo:

    Adorei o seu blod e o debate acima. Mas o senhor acha que, um dia, a Nissan voltará a ser uma montadora independente? Como é sabido, a Renault em 43,4% das ações da Nissan. Sonho para que, um dia, a Nissan seja um grupo independente.

  45. Paulo Yokota
    45  escreveu às 22:45 em 28 de março de 2018:

    Caro Jennifer Almeida Pires,

    As empresas japonesas, para se tornarem multinacionais, precisam de associações com outras estrangeiras. No Japão esta associação é considerada altamente positiva.

    Paulo Yokota


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