Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Parece Piada, Mas Volta-se a Falar de Açúcar de Beterraba

16 de março de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 6 Comentários »

Quando os europeus conheceram o açúcar proveniente das Índias no século XVII, multiplicaram-se as produções efetuadas nas antigas colônias das Américas, inclusive no Brasil, e agora com o Brexit e os avanços tecnológicos na produção do açúcar da beterraba, parece se cogitar de restrições à importação do açúcar da cana.

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Gráfico constante do artigo publicado no site da Bloomberg

Um artigo elaborado por Agnieszka De Souza e publicado no site da Bloomberg informa que o Brexit está provocando uma nova discussão sobre as restrições da importação do açúcar de cana pela Europa, com a ajuda da melhoria da tecnologia para a produção do açúcar de beterraba, criando problemas principalmente para as antigas colônias do Reino Unido que exportam a quase totalidade de sua produção de açúcar de cana.

O artigo refere-se às mudanças que ocorreram desde o século XVII quando o Reino Unido começou a produzir as máquinas para a indústria de açúcar de cana nas suas colônias, ajudando na revolução industrial, devendo se recordar que as primeiras atividades econômicas importantes no Brasil colônia era a produção de açúcar em diversas localidades, para atender a crescente demanda europeia, via Portugal, que contava com os ingleses na sua retaguarda.

A Europa sempre tentou proteger os produtores de açúcar de beterraba que tinha uma baixa produtividade, mas parece que ocorrem avanços nestas tecnologias, provocando preocupação nas antigas colônias inglesas, que são importantes fornecedores para o mercado europeu. Com a atual tendência protecionista que se espalha pelo mundo, depois de décadas de expansão da globalização, parece não ser um problema a ser subestimado, inclusive pelo Brasil que é um importante fornecedor no mercado mundial.

Muitos dos pequenos produtores de açúcar de cana que exportam para a Europa sem barreiras alfandegárias contam com poucas alternativas para sustentar suas economias, como alguns produtos têxteis e o turismo, mas não suficiente para compensar estas exportações de açúcar. Tudo indica que existem possibilidades de problemas adicionais que se somam às dificuldades que muitos países já estão enfrentando no mundo atual.


6 Comentários para “Parece Piada, Mas Volta-se a Falar de Açúcar de Beterraba”

  1. Daniel Girald
    1  escreveu às 03:50 em 22 de março de 2017:

    Pode ser um bom pretexto para intensificar a produção de etanol carburante nos países que terão uma diminuição no volume de exportação de açúcar para a União Européia. E a bem da verdade, apesar da produtividade por hectare da beterraba açucareira ser menor, eu não acredito que os europeus estejam de todo errados em favorecer os produtores locais e desenvolver técnicas para a melhoria da produtividade com a matéria-prima que melhor se adapta às condições climáticas encontradas por lá.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:23 em 23 de março de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Tenho a impressão que o etanol só será importante em alguns países como combustível (e na China já era usado em torno de 1930, não sendo invenção brasileira). Acredito que alguns países europeus vão intensificar a produção de açúcar que não seja de cana, mas dificilmente serão competitivos, havendo necessidade de proteções alfandegárias expressivo.

    Paulo Yokota

  3. Daniel Girald
    3  escreveu às 09:45 em 24 de março de 2017:

    Em 1909 já se produzia no norte da Suécia o tão falado “etanol celulósico”, também conhecido como “etanol de 2ª geração”, a partir de lascas de madeira e outros resíduos da indústria de papel e celulose naquela região. Quanto ao açúcar, hoje com toda essa questão da obesidade e do diabetes, ainda me parece mais provável a busca por uma redução na quantidade adicionada aos alimentos industrializados.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 10:49 em 25 de março de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    O etanol extraído das madeiras costumam ser chamadas de metanol e normalmente são difíceis de serem manipulados pois costumam ser danosos para a saúde humana. Realmente está havendo uma forte redução do uso do açúcar pelas obesidades que provocam outras doenças e pela diabete que silenciosamente vai afetando os seres humanos.

    Paulo Yokota

  5. Daniel Girald
    5  escreveu às 19:24 em 8 de abril de 2017:

    A diferença entre o metanol e o etanol se dá pelas cadeias carbônicas, só não lembro agora qual dos dois tem uma cadeia mais complexa, mas o metanol não depende exclusivamente da madeira. Até aquela cachaça de presidiário feita com sobras de frutas e cereais, conhecida como “Maria louca”, pode ser contaminada com metanol produzido por um erro na fermentação. Tanto o metanol quanto o etanol podem ser sintetizados a partir das mesmas matérias-primas. A propósito: a maior parte do metanol consumido hoje em aplicações industriais como tratamentos químicos da madeira para atender à indústria moveleira é sintetizado a partir do gás natural.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 10:06 em 10 de abril de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Obrigado pelas observações.

    Paulo Yokota


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