Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Em Pleno Século XXI a Fome Afeta a África

11 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado no site do Estadão informa que a ONU não dispõe de recursos para alimentar povos africanos atingidos pela seca e violência agravadas por problemas políticos.

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A África é o continente que mais sofre com irregularidades climáticas

Os problemas africanos são de longa data e a divisão política efetuada naquele continente nem sempre respeitou as realidades tribais lá existentes, cujas fronteiras e organizações políticas diferem das impostas pelas antigas metrópoles europeias que lá tinham suas colônias. Isto agrava os conflitos políticos que nem sempre permitiram o seu desenvolvimento tecnológico para a melhoria da sua agricultura, a ponto de propiciar a alimentação dos seus povos mesmo com as irregularidades climáticas. As frequentes guerras decorrentes desta desorganização agravam os problemas, que fazem crescer os fluxos migratórios principalmente em direção à Europa, ainda que a travessia do Mediterrâneo multiplique as mortes, inclusive de crianças.

Minha primeira experiência ocorreu ainda antes de 1960, quando houve a primeira guerra tribal na Nigéria-Biafra que o mundo ficou conhecendo em detalhes, onde uma das partes não reconhecia a outra como composta de seres humanos. Matar os inimigos não era crime, como se fossem simples animais, nada tendo com os limites impostos pelas metrópoles das antigas colônias. Os líderes inimigos eram considerados até como troféus.

O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Adrian Edwards, enfatiza que os problemas são mais políticos do que climáticos. As atuais crises mais agudas ocorrem hoje na Somália, o Sudão do Sul, o Chifre da África, o norte da Nigéria e o Iêmen, o que não é pouco, atingindo muitas dezenas de milhões de habitantes ameaçados de morrer de fome.

O relatório de Adrian Edwards aponta que 79% das crianças chegam à má nutrição, como no sul da Etiópia. Apesar do quadro dramático, as ajudas da ONU estão se reduzindo, chegando entre 20 a 50% de corte na Etiópia, Tanzânia e Ruanda, sendo que em Uganda chega a 75% de redução.

Outro impacto é a diminuição brutal das escolas, podendo chegar a cinco milhões de crianças sem o mínimo de educação nos próximos meses. O Advisory Committee on Technical Service, onde ajudamos quando da descolonização da África, providenciou universidades naquele continente, pois as metrópoles europeias não permitiam que os locais cursassem cursos superiores e havia que se preparar lideranças para assumirem os comandos destes novos países.

O Brasil vem ajudando alguns países africanos na construção de hospitais junto com o Japão. Como parte da África possui características como dos cerrados brasileiros, alguns grupos procuram levar tecnologias para a sua exploração agrícola em larga escala. Mesmo com todos os problemas brasileiros, o mínimo de solidariedade humana induz muitos a ajudarem países africanos no que for possível, dos quais somos uma espécie de irmão mais velho.



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