Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tóquio em Constantes Mudanças

20 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 6 Comentários »

clip_image002Por incrível que pareça, até a tradicional região de Ginza na Capital Tóquio derruba grandes edifícios que seriam considerados ainda novos no resto do mundo para instalar complexos de grande sofisticação, tanto para atrair consumidores japoneses como turistas de todo o universo. Mas pode-se chegar lá até de bicicleta.

Ginza 6 foi inaugurada onde antes havia um Departament Store de grande dimensão chamado Matsuzakaya, com o que existe de mais sofisticado no mundo, tanto em lojas de grifes como restaurantes e centros culturais

Quem conhecia Ginza e região de dez anos atrás não reconhece este setor de Tóquio, ainda que os traçados das ruas continuem os mesmos. Grandes edifícios contemporâneos com suas lojas e demais instalações surpreendem os visitantes com o que existe de mais atualizado em todo o mundo. Lá estão instaladas nada menos do que 241 lojas, num edifício de 13 andares, que termina num grandioso jardim com visão até a Tokyo Tower ou a nova Tokyo Skytree. Lá estão presente grifes internacionais de mais alto nível ao lado de atividades culturais como um teatro do clássico Noh japonês e as formas mais contemporâneas da arte e cultura japonesa, ao mesmo tempo em que se usufrui da natureza como apreciada no Japão.

Os que desejarem saborear a culinária japonesa como um sushi da mais alta qualidade bem como a gastronomia universal acompanhada dos melhores vinhos do mundo encontram opções variadas em espaços gigantescos e confortáveis, com o que existe de melhor no design arquitetônico atualizado no universo. Para os que desejarem ter uma ideia mais completa, podem acessar os vídeos do conjunto que mostram os comentários de famosos arquitetos internacionais, disponível em diversos idiomas, inclusive em inglês.

Tóquio já conta com conjuntos surpreendentes como o Middle Town e o Roppongi Hills, mas em Ginza há um convívio com os tradicionais Department Stores que identificam o bairro e que são os cartões postais da metrópole. A multidão de pedestres que circula pela região conta com a facilidade dos muitos metrôs que servem o centro tradicional de Tóquio, permitindo que outras regiões da metrópole também sejam visitadas, todas com suas características próprias.

Até parece que a economia japonesa não passa por décadas de baixo crescimento, com a redução de sua população e seu envelhecimento. Uma parte da demanda local é de turistas, principalmente asiáticos que continuam aumentando no Japão. Na realidade, o poder aquisitivo dos japoneses continua subindo e a qualidade do que lhe é apresentado, da forma mais atrativa possível, acaba seduzindo estes consumidores.

Os serviços dos muitos atendentes até exagerados nas suas cortesias, inclusive em línguas estrangeiras, permitem que todos se sintam no Japão e ao mesmo tempo inseridos no mundo globalizado. Quem deseja ter uma ideia do que as economias desenvolvidas oferecem aos seus consumidores pode ter uma boa ideia em Tóquio, notadamente em Ginza.

Pode-se dizer que parte destas atualizações também ocorre motivada pelos desejos de bem acolherem os visitantes das próximas Olimpíadas. No fundo, o Japão oferece uma visão do mundo atual, não se esquecendo do que foi herdado de sua longa história que, mesmo recebendo acentuadas contribuições da Ásia e da China, mantém características próprias.


6 Comentários para “Tóquio em Constantes Mudanças”

  1. carlosfredericoabreu
    1  escreveu às 11:55 em 24 de abril de 2017:

    Enquanto isso o número de cidades fantasmas aumenta a cada ano… sem falar na região afetada pelo tsunami de 2011, onde as pessoas ainda hoje dormem em tendas e improvisadas em escolas e galpões. Quando alguém poderia pensar que o Japão parece o Haiti pós terremoto de 2010?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 10:12 em 25 de abril de 2017:

    Caro Carlos Frederico Abreu,

    Obrigado pelo seu comentário. Evidentemente Haiti é um exagero para ser comparado com o Japão, mas existem problemas deste tipo em todo o mundo, no Brasil como nos Estados Unidos, em regiões que deixaram para outras o dinamismo. É realmente um problema sério, mas valeria a pena conhecer bem o Japão.

    Paulo Yokota

  3. carlosfredericoabreu
    3  escreveu às 11:39 em 25 de abril de 2017:

    Sr. Paulo, o foco do meu comentário não foi de comparar o Haiti com o Japão, é claro, mas a ineficiência dos governos, considerando respectivas causas. O Haiti teve atrasada sua recuperação por anos, até que uma ONG por conta própria iniciou a reconstrução de parte de Porto Príncipe. É sabida os problemas de corrupção daquele país. No caso do Japão, muito pouco foi feito (passados 6 anos!!) para a recuperação da área atingida, porque dentro do governo ‘engessado’ japonês não há o interesse político real nem a capacidade de gerar/captar recursos para tal (recursos estrangeiros, diga-se de passagem). Quantos projetos de novas cidades ‘inteligentes’ foram apresentados sem nunca sair do papel? Nem mesmo a confirmação do atual governo nas últimas eleições surtiu qualquer efeito. Enquanto sobem novos e maravilhosos prédios em Tóquio, as pessoas de outra região passam por necessidades básicas, vivem de doações, abandonam seus locais de nascimento, famílias se fragmentam e tudo mais. Triste isso, mas é o Japão atual.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 22:19 em 25 de abril de 2017:

    Carlos Frederico Abreu,

    Com todo o respeito às suas opiniões, acho que o Japão têm seus problemas, mas quando considerado o conjunto dos mesmos, parece-me que eles ainda proporcionam uma “media” razoável. Todas as regiões que passam por uma redução de sua população com o seu envelhecimento parece que enfrentam problemas semelhantes, como também acontece em países emergentes como o Brasil com sua elevada mobilidade geográfica. Quando a população continua crescendo como na China e mesmo na Índia, as perspectivas de mercados internos crescentes acabam atraindo investimentos para atender a estas demandas. Os aumentos das desigualdades são problemas que nem o mercado ou o comando centralizado têm conseguido resolver de forma adequada. Se sou crítico a alguns problemas do Japão é porque acho que eles teriam, com suas aspirações de igualdade, como conseguir mais do que em muitos outros países. Relativamente a distribuição de renda no Japão é razoável, e a construção de novos conjuntos imobiliários decorrem, na minha opinião, da ânsia em apresentarem inovações. Eu. pessoalmente, aprecio mais as regiões interioranas que preservam belezas decorrentes do seu longo passado histórico, mesmo não desejando ser saudosista.

    Paulo Yokota

  5. Carlos Abreu
    5  escreveu às 09:33 em 26 de abril de 2017:

    Sr. Paulo, entendo perfeitamente seu ponto de vista, e compartilho (em parte) da mesma. Muito pouco sobre o Japão é notícia na nossa imprensa, e, quando ocorre, é geralmente algo do tipo “como o Japão é maravilhoso”. O seu site presta um ótimo serviço ao apresentar aspectos sobre a realidade japonesa, abrindo uma oportunidade para as pessoas se informarem e refletirem também. Perceberem que os japoneses também enfrentam sérios problemas, e que a vida lá não é um “mar de cerejeiras”. Sou um leitor assíduo e agradeço ao Sr. pela sua disposição e dedicação, neste sentido.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 19:02 em 27 de abril de 2017:

    Carlos Abreu,

    Obrigado pelo comentário. Aprendi com o Oliveira Lima, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras que escreveu em 1903 um livro sobre o Japão que no início de uma estada naquele país observa-se seus aspectos maravilhosos, e depois de alguns meses nota-se as suas misérias. Mas, para ser justo, há que se avaliar aquele país pela mistura do que se aprende nas duas fases.

    Paulo Yokota


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