Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

China Aumenta o Uso de Gás Visando Reduzir a Poluição

19 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Tudo que o novo governo dos Estados Unidos não está fazendo, os chineses estão, como os esforços para a redução da poluição no mundo, visando às metas estabelecidas mundialmente em Paris.

Foto de um terminal de gás natural em Jiangsu constante do artigo no Nikkei Asian Review

Todos sabem que os Estados Unidos e a China são os dois países que mais poluem no mundo, contribuindo para o aquecimento global. Como o novo governo de Donald Trump resiste em confirmar seus compromissos dentro do Acordo de Paris, os chineses, como contraponto, estabelecem projetos concretos para atingir seus compromissos com a redução do uso de carvão mineral, que é dos mais poluentes. Ainda que o gás natural não seja totalmente beneficente neste sentido, comparando com o carvão que utilizam ainda em grande escala, certamente é um avanço significativo para atingir as metas chinesas dentro daquele acordo internacional.

É evidente que o primeiro beneficiado com estes programas é a própria China que apresenta regiões que em determinadas épocas se torna insuportável com a poluição. Mas também acaba ajudando o mundo todo, que apresenta crescentes problemas com o aquecimento global. Um artigo elaborado por Shunsuke Tabeta foi publicado no Nikkei Asian Review sobre o assunto e sendo dos japoneses sobre a China acaba merecendo muita credibilidade.

A meta chinesa é chegar até 2030 a uma oferta de gás natural de 600 bilhões de metros cúbicos, sendo metade produzida internamente e o resto importando de diversos países. Em 2016, esta importação era somente de 70 bilhões de metros cúbicos, o dando uma dimensão do esforço que será feito. Como uma parte da produção interna será de xisto, como nos Estados Unidos, não se pode dizer que seja totalmente não poluente, mas bem melhor do que o uso do carvão mineral.

De acordo com a gigante energética britânica BP, a China deverá superar a do carvão mineral em 2035 com o gás natural, ficando somente atrás dos Estados Unidos, passando a União Europeia e a Rússia. Os chineses se comprometeram dentro do Acordo de Paris a reduzir de 60 a 65% das emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB e planeja investir US$ 6,5 trilhões para atingir este objetivo, cifra que certamente é impressionante.

Um trio de empresas chinesas será utilizado para tanto, a China National Petroleum, o grupo ENN, que é privado daquele país, e a Beijing Enterprise, que abastece a capital chinesa. Diversos países asiáticos fornecerão estes gases naturais, como o Japão que usa grandes navios, o Turcomenistão que está ligado com um gasoduto, o Cazaquistão ligado com ferrovia.

Não se trata, portanto, de um programa vago, mas com projetos já definidos envolvendo importantes produtos e operadores de gás natural que possam atender à China nas suas necessidades para atingir estas metas, num programa de longo prazo.

Espera-se que estes programas ajudem a provocar os Estados Unidos e outros países do mundo a adotarem projetos que permitam atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris, pois o aquecimento global continua em marcha acelerada.



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