Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Conferência Internacional em Escala Chinesa

15 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Quando os organismos internacionais se sentem esvaziados, notadamente com a posição de preferência às suas atuações nacionais dos Estados Unidos ou das dificuldades europeias para manter um mínimo de consistência internacional, a China se esforça em ocupar o espaço que parece ter ficado vazio.

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Foto da conferência do Belt and Road Forum for Internacional Cooperation, que está sendo realizado em Beijing, com 1.500 representantes de 130 países, inclusive dezenas de chefes de Estado e presidentes de organismos internacionais

O ágil presidente da China Xi Jinping, sentindo o vazio que se formou no mundo, procura se consolidar como o grande líder que influi decisivamente na cooperação internacional, realizando em Beijing uma reunião de grande escala, como poucos já realizados no mundo. Os chineses investem US$ 14,5 bilhões na versão moderna da Rota da Seda, tanto terrestre como marítima, com recursos do Banco do Desenvolvimento da China e do Banco de Exportação e Importação, empolgando os países que estão relacionados com estes projetos.

Entre os destaques internacionais estão presentes na reunião em Beijing o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, o presidente do Banco Mundial, Jim Youg Kim, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christiane Lagarde. Xi Jinping deseja transformar a iniciativa Belt and Road no projeto do século, contribuindo para a paz mundial, para o qual está alocando recursos já separados e despendendo muito trabalho, que antes estavam com os norte-americanos e europeus.

As Nações Unidas se sentem limitadas com as posições dos Estados Unidos que contribuíam com muitos recursos para as suas atividades. Também os países europeus enfrentam as dificuldades como o Brexit, que reduzem suas influências, no que estão sendo em parte seguidos por outros países daquele continente. Acabam deixando importantes espaços vazios, tanto do ponto de vista econômico como político. Quando ocorrem problemas desta natureza, sempre aparecem os que ocupam estes espaços e os chineses parecem estimulados para tanto.

As atitudes nacionalistas-populistas de alguns países estão esvaziando o importante processo de globalização que veio ocorrendo por décadas, promovendo o desenvolvimento de muitos, apesar de seus problemas de concentração. Com a intensidade de coparticipação de outros países, os chineses procuram corrigir estas distorções.

O Brasil já vinha intensificando as suas relações com os países emergentes da Ásia e, diante dos seus problemas internos, passa por um período de recessão. Mas, aproveitando ondas do que venham ocorrendo no mundo, mesmo com vagar e certo atraso, certamente voltará a crescer econômica e politicamente.



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