Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Moon Jae-in Presidente da Coreia do Sul

12 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Todos sabem que a Coreia do Sul, depois do cessar fogo na disputa com a Coreia do Norte, que está somente suspensa temporariamente não havendo um “término da guerra”, recebeu um forte suporte dos Estados Unidos e do Ocidente que viabilizaram o seu desenvolvimento. A ditadura de Park Chung-hee, que começou suas atividades empresariais no setor siderúrgico, ajudou também no desenvolvimento com o apoio das chaebols que seriam adaptações coreanas dos grandes grupos japoneses chamados “zaibatsus”, que mantinham uma espécie de cartel no país. Mas com a corrupção que continuou crescendo no país, Park Geun-hye (filha do ditador) sofreu impeachment, abrindo caminho para a vitória eleitoral de Moon Jae-in, com a possibilidade de uma nova fase na história daquela península.

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Presidente Moon Jae-in eleito na Coreia do Sul, cujos pais são refugiados de Hungram, porto norte-coreano

Moon Jae-in já foi preso por protestar, ainda como estudante, contra a ditadura de Park Chung-hee na década de 1970. O ex-dissidente era o favorito nas pesquisas eleitorais e depois de eleito já manifestou o desejo de entendimentos com as autoridades da Coreia do Norte, visando à redução das tensões hoje existentes diante do desenvolvimento da energia atômica e lançamentos de foguetes na parcela Norte da Coreia, criando riscos para a Coreia do Sul e o Japão, fortes aliados dos Estados Unidos naquela parte do mundo.

Posicionando se criticamente com o que veio ocorrendo recentemente na Coreia do Sul, apresenta algumas semelhanças com o que ocorreu na Polônia e no Brasil, onde segmentos populares assumiram o poder democraticamente contra as forças de tendências mais conservadoras. O que será possível o novo governo fazer ainda é um ponto de interrogação, mas certamente possui a consciência das dificuldades ocorridas em outros países. Mas conseguir um mínimo de entendimento com a Coreia do Norte que está fortemente esclerosada para uma convivência pacífica é dos desafios mais difíceis no mundo atual.

Além dos nervosismos dos Estados Unidos e seus aliados, a China que mantém uma forte influência sobre a Coreia do Norte, pois a abastece com quase tudo, não revela forte interesse em usar o seu poder, até porque estas tensões acabam desgastando as forças de quem pode ser seu opositor na Ásia e arredores.

O desenvolvimento a que tinha chegado a Coreia do Sul, com sua capacidade de pesquisa e transformação em patentes, não é algo desprezível. Mas os riscos políticos sempre são elevados, esperando-se que, com o uso da cultura desenvolvida no Oriente, até com a influência de Confúcio, tenham a sabedoria para preservar os avanços que conseguiram ao qual se soma hoje as fortes influências cristãs que vieram se intensificando no após Guerra.

A revista The Economist dedica um artigo sobre o assunto de forma bastante geral, mas para os que se interessam sobre o que ocorre atualmente na Ásia estes problemas acabam sendo importante, com possibilidades de repercussões para o resto o mundo.

Os Estados Unidos estão instalando na Coreia do Sul o sistema antimísseis que se denomina THAAD, onde uma bateria de foguetes pode neutralizar os lançamentos feitos do Norte. Mas os espaços na região são limitados, podendo propagar estragos pela área. Todo o cuidado parece ser indispensável com muito trabalho diplomático dos principais países envolvidos.



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