Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Inflação Brasileira e a Sua Queda

23 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Qualquer analista um pouco mais cuidadoso acaba ficando triste quando os jornais como o Valor Econômico registram manifestações de regozijo das autoridades monetárias por terem conseguido uma redução significativa da inflação brasileira, ficando abaixo das metas estabelecidas neste começo de ano. Não é possível que pessoas tão competentes como os atuais dirigentes do Banco Central do Brasil se prendam somente a um objetivo, quando se sabe que a política monetária persegue simultaneamente muitos outros de poderiam qualificar adequadamente os resultados da política econômica, que dependem também de outros fatores. Eles pretendem ter a independência para estabelecer a política monetária sem nenhuma pressão, quer do Executivo, do Legislativo como da população brasileira. (Edifício do Banco Central do Brasil em Brasília)

Mas não parece razoável que a inflação fique até abaixo da meta estabelecida sacrificando o nível de atividade da economia brasileira que está extremamente baixa. Mais da metade desta queda da inflação se deve à contribuição do setor rural que vem se empenhando em ajudar a manter a economia brasileira, ajudando a criar empregos no setor chamado de agrobusiness e esperando contar com as condições indispensáveis para o bom desempenho do seu papel nos próximos anos. Ninguém pode acreditar que esta queda da inflação só ocorre em função da atuação do Banco Central, mas está se sacrificando aqueles que poderiam contribuir muito mais para a boa performance do conjunto.

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Foto de filas intermináveis de desempregados procurando empregos com menores remunerações que suas qualificações

Poderia se chegar à inflação zero facilmente, levando o crescimento da economia para uma recessão profunda, escrevendo com extrema ironia. Não se pode acreditar ser este o objetivo do Banco Central, mesmo se admitindo que o seu fim principal seja perseguir a meta inflacionária estabelecida, que não precisa ficar abaixo dela.

Se a população brasileira for consultada, possivelmente muitos entenderiam que a criação de mais emprego hoje é mais prioritária que pequenos ganhos na redução da inflação. Os que estão com seus empregos garantidos, ocupando salas de ar-condicionado em Brasília poderiam percorrer as grandes cidades e suas periferias para sentir o profundo drama psicológico que está afetando os que não encontram empregos para assegurar o mínimo de renda para sustento de suas famílias, sem a pretensão de declarações populistas.



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