Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Solução Menos Pior’ Para o Brasil

6 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002O professor Delfim Netto com sua longa experiência, inclusive política, procura ser pragmático, admitindo que todas as soluções atuais para o Brasil são ruins, mas há que se escolher o menos pior, que seja aceitável para a maioria da população brasileira, ainda que ela esteja mal representada no Congresso.

O professor Delfim Netto, que mantém suas colunas na Folha de S.Paulo e no Valor Econômico, continua sendo um dos analistas mais procurados para esclarecer o que pode ser conseguido pelo Brasil na atual situação muito complexa

Segundo ele, o poder está hoje concentrado no Brasil na “elite rentista” do setor público que recebe, nos casos extremos como no da Previdência Social, mais de 36 vezes o que recebe os trabalhadores do setor privado, deixando um buraco que precisa ser corrigido a duras penas. Mesmo com a reforma que está sendo discutida haveria que se efetuar no futuro próximo novas correções.

Um chefe de quadrilha de um grupo empresarial conseguiu gravar uma conversa com o presidente Michel Temer e fez uma delação premiada, conseguindo evadir-se para o exterior de forma autorizada pelo Judiciário. O mal está feito, deixando exposto “o capitalismo de compadres” vigente no país que terá de ser corrigido. A Lava Jato nas investigações do Ministério Público continua sendo a única unanimidade nacional que precisa ser blindada, inclusive de eventuais abusos do poder de seus membros.

A atual tentativa de proposição da eleição direta para resolver os problemas atuais seria mais um exercício do autoengano, diante do tempo necessário para a sua execução, quando o país já estaria na UTI. O que seria a solução de menor custo social e factível dentro da Constituição vigente seria a decisão do Supremo Tribunal Federal na aplicação da chamada ética consequencialista, segundo o professor Delfim Netto, em que o atual presidente Michel Temer ficaria no mandato até 1º/1/2019 para efetuar as reformas possíveis, para depois esclarecer à Justiça o que ele tenha feito.

Não seria realístico esperar que todas as reformas, com as mutilações que foram praticadas nas suas negociações, sejam capazes de resolver todos os problemas, mas aperfeiçoamentos futuros poderão ser acrescentados sobre o básico aprovado com a brevidade possível.

Em política faz-se sempre o possível e não o desejável. Há que se encontrar formas pragmáticas de solução dos problemas que tenham o menor custo social, admitindo-se que o Brasil se encontra numa situação extremamente desconfortável, dados os erros que foram se acumulando ao longo de anos. Remédios amargos terão que ser utilizados para se chegar a um mínimo aceitável.



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