Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Questão da População no Japão

5 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Um artigo da agência Kyodo foi publicado no The Japan Times informando que a redução da população japonesa, já pelo oitavo ano seguido, está se acelerando. Foi a maior queda desde quando começou as pesquisas em 1968. O total ficou com 125.583.658 no dia 1º de janeiro deste ano.

Cruzamento de pedestres na proximidade da Estação de Shibuya, em Tóquio

Em que pesem todos os estímulos concedidos pelas autoridades japonesas para o aumento da natalidade no Japão, os dados do Ministério dos Assuntos Internos e das Comunicações para o começo deste ano informam que a população japonesa diminuiu a sua natalidade e acelerou a sua redução, mesmo com o pequeno aumento de imigrantes estrangeiros, ao mesmo tempo que envelheceu.

Pela primeira vez, os nascimentos ficaram abaixo de um milhão de crianças por ano, com somente 981.202, pois as mulheres japonesas reduziram os novos filhos. Os óbitos ficaram em 1.309.515, resultando numa redução líquida de 328.313.

Os idosos de mais de 65 anos ficaram com 27,17% da população e os menores de 14 anos com 12,69%. O número de estrangeiros registrados como residentes somam 2.323.428, um aumento de 6,85% com relação ao ano anterior, mas não se conseguiu neutralizar a queda recorde da população.

O governo japonês vem procurando proporcionar vantagens para as mulheres japonesas com licenças para o parto, obrigação das empresas de proporcionarem lugares adequados para suas crianças, atendimentos para os partos etc. No entanto, além de se casarem tardiamente, muitas preferem ficarem solteiras, programando eventos com suas colegas até para jantares e outros nos fins de semana.

As esposas no Japão ficavam com o pesado encargo de se responsabilizar pela educação dos filhos e a cuidar de suas casas, pois é extremamente difícil conseguir alguma ajuda de empregadas domésticas, mesmo em tempo parcial. Já não haviam as responsabilidades de ajudar as famílias dos maridos, inclusive da terrível sogra que as tratavam como se fossem domésticas, o que já mudou há algumas décadas.

Muitas acabam se separando dos maridos quando eles se aposentam para cuidar de sua vida e viajar como desejam. Os maridos aposentados acabavam exigindo cuidados que elas não estão mais dispostas a exercer, como regra geral.

Alguns casais de idosos do Japão se transferiram para outros países asiáticos próximos, pois o custo de vida no Japão é elevado e as aposentadorias que recebem não são suficientes para manter o seu padrão de vida de quando estavam trabalhando.

Apesar dos esforços para o aumento bolsistas e estagiários estrangeiros, a necessidade de domínio do idioma japonês acaba sendo um obstáculo, ainda que já existam muitos cursos universitários em inglês principalmente. Alguns executivos estrangeiros acabam trabalhando no Japão, mas o seu número ainda é insignificante.

Até o momento, as autoridades japonesas não conseguiram soluções razoáveis para a redução de sua população que acaba exigindo que sua economia se mantenha com a ajuda de turistas do resto do mundo.



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