Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Formas de Assumir as Responsabilidades no Japão

27 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Uma notícia distribuída pela agência noticiosa japonesa Kyodo ganhou as manchetes da imprensa, como o Japan Today, com Renho, a líder do Partido Democrata daquele país, o principal na oposição, assumindo a responsabilidade pelos resultados nas eleições locais da Assembleia de Tóquio.

Renho, líder do Partido Democrata no Japão, o mais importante na oposição, renuncia ao seu cargo, assumindo a responsabilidade pela derrota na Assembleia de Tóquio. Foto publicada no Japan Today

No Japão prevalece o hábito saudável dos presidentes das empresas privadas assumirem publicamente as suas responsabilidades diante de algum erro que tenha causado prejuízos, por exemplo, aos seus acionistas. Eles costumam convocar a imprensa e abaixarem suas cabeças, admitindo suas responsabilidades pelas dificuldades de suas empresas. Mesmo que elas não sejam de suas responsabilidades diretas, mas de alguns executivos que tenham se comportado de forma indevida ou executado projetos inadequados.

O mesmo acontece com os resultados das eleições locais como da Assembleia de Tóqui, onde a governadora Yuriko Koike conseguiu uma vitória arrasadora, criando problemas para o PLD – Partido Liberal Democrata do primeiro-ministro Shinzo Abe, como para o Partido Democrata do Japão, que é o principal na oposição. Seu presidente, que já foi primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, também já se demitiu, o que foi seguido pela sua líder, Renho, que é uma taiwanesa de mãe japonesa, que mudou de cidadania para a do Japão. Ela é considerada ainda uma política de grande futuro, um grande nome atual.

Quando se assiste no Brasil, tanto nos comando políticos como nas empresas privadas, atribuírem dificuldades às administrações anteriores ou responsabilidade de executivos escolhidos por eles, acaba se duvidando se esta enganação pode ser aceita pela opinião pública, que sente existir algo errado.

Até as possibilidades de recuperação, admitindo erros cometidos, parece uma evolução possível no futuro, evitando-se situações constrangedoras como de partidos se manterem permanentemente no poder, mediante coligações, qualquer que seja o resultado eleitoral ou a opinião da população, como acontece agora com o PMDB. Acaba-se possibilitando a impressão de que vale a pena manter o poder a qualquer custo, mesmo nos regimes chamados democráticos, como acontece lamentavelmente hoje na vizinha Venezuela. Uma das características dos regimes democráticos é a periodicidade da manutenção no poder, entendendo que a fonte do verdadeiro poder deve ser a do povo, sem nenhum artifício.

Se há necessidade de reformas políticas no Brasil, um dos aspectos que seria conveniente ser examinado seria a possibilidade de mudança do governo quando necessário, o que não está acontecendo nem no regime presidencial parlamentarista que dizem ser estar em funcionamento.



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