Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Lição do Prêmio Nobel Liu Xiaobo Também Para o Brasil

13 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Parece que no Brasil atual se dá importância exagerada sobre as formas sem que as considerações morais sejam relevantes. O prêmio Nobel chinês Liu Xiaobo deixa com a sua curta vida uma mensagem de grande importância para todos.

Nova capa do presente número do The Economist

A revista The Economist chama a atenção para este calmo chinês que faleceu de câncer recentemente e ficou oito anos preso pelas suas ideias dos 11 a que foi condenado. Ele foi comparado com o russo Andrei Sakhatov e Nelson Mandela da África do Sul. Desde 1989, na Praça Tiananmen, destacava-se nos protestos com a ditadura imposta pelo governo chinês, ele que era professor de literatura e filosofia. Seu crime era escrever uma petição pedindo democracia, uma causa que vinha defendendo por décadas. Sua família apelou para que fosse tratado de sua doença no exterior, no que não foi atendido, só sendo liberado quando o seu quadro já era considerado terminal.

Ele não recebeu nem na China nem no mundo um reconhecimento pelo seu papel, o que foi só feito pelo Prêmio Nobel que não pôde receber, ainda que suas manifestações fossem pacíficas, pois se temia dar cordas para suas ideias consideradas subversivas no seu país pelo atual Partido Comunista.

O exterior só começou a apoiar a liberdade democrática na China depois de muitas mortes em Tiananmen. Até recentemente não houve nenhuma atitude de ouvir seus apelos no seu país, mas agora que ele morreu começa a ganhar as manchetes de muitos meios de comunicação no mundo. Sempre houve um desprezo sobre os direitos humanos na China, mesmo quando começou a se registrar um elevado crescimento econômico.

Os meios de identificação de movimentos de ideias estão se sofisticando na China com o uso da inteligência artificial. Parece algo parecido do que acontece no Brasil, onde até os partidos ditos do governo fecham as questões, nem permitindo que seus membros recomendem o simples exame de suspeitas sem que sejam substituídos ou expulsos destas agremiações políticas, não interessando nem a suspeita de possíveis irregularidades. Trata-se seguramente de orientações autoritárias que em nada ajuda a evolução política no país.

O preço que deverá ser pago pela quadrilha que tomou o poder é certo, podendo até demorar algum tempo. Não parece que sejam visões de longo prazo que pensem o que deve acontecer no Brasil nas próximas décadas. Mas parece evidente que a população deseja o desenvolvimento econômico com democracia, onde todos possam expressar suas ideias.



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