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A Privatização da Eletrobrás e a Coluna do Delfim Netto

22 de agosto de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Todos intuem que parte substancial do problema brasileiro é o gasto que excede as receitas tributárias, provocando um déficit difícil de ser controlado. Mesmo o uso de parte do patrimônio nacional só tende a postergar os problemas, se não houver a consciência de que os gastos precisam estar abaixo das receitas.

Uma das usinas da Eletrobrás que se cogita privatizar para gerar recursos que acabarão sendo usados nos custeios da administração pública

Como o governo enfrenta no Congresso resistências para o corte dos custeios públicos, ao mesmo tempo em que tributos adicionais não são aceitos pela população brasileira, algumas autoridades lançam mão da colocação de ações da Eletrobrás para gerar recursos que aliviariam o presente déficit das contas. O governo já está usando terras públicas invadidas pelos grileiros para satisfazer parte da bancada ruralista, o que também é usar o patrimônio nacional para se evitar a investigação sobre presidente Michel Temer.

Usar um bem nacional, mesmo ressalvando que o governo sendo minoritário na Eletrobrás ainda contaria com direito a veto, não parece uma solução razoável. Está se utilizando parte do patrimônio para estes gastos, diante de sua incapacidade de contar com o Congresso para efetuar cortes nos seus custeios.

O professor Delfim Netto explica didaticamente o funcionamento das contas nacionais para mostrar que sem o corte efetivo do déficit fiscal não se conseguirá voltar a criar as condições para a retomada do desenvolvimento e redução do desemprego. Todos sabem que é duro cortar despesas absurdas como está se verificando no Judiciário, onde muitas vantagens concedidas aos magistrados fizeram com que suas remunerações ultrapassassem o limite legal.

Isto se repete na cúpula do Executivo como do Legislativo, além das estatais que não estão sendo mencionadas nos debates públicos. Hoje, os resultados destas não geram recursos para o governo, pois seus lucros estão reduzidos pelos gastos exagerados com o seu pessoal.

Em qualquer país não existe nenhum milagre onde os gastos podem ser superiores às suas receitas, pois o eventual endividamento tende a se elevar, principalmente quando se pratica juros relativamente altos sobre toda a dívida pública. Quem pensa que usar os patrimônios públicos como terras de alguns aeroportos não são “gastos”, está sendo enganado por marqueteiros que tanto mal estão causando para o País. Estão tentando enganar o povo.



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