Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Situação de Hong Kong

28 de agosto de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , | 1 Comentário »

clip_image002Sempre tive dúvidas sobre a possibilidade de uma cidade como Hong Kong funcionar com dois sistemas econômicos e políticos, como muitos pretendiam quando a Grã-Bretanha admitiu a volta desta área para a China, que agora apresenta suas grandes dificuldades.

O dissidente Joshua Wong, preso em Hong Kong. Foto constante no artigo do The Economist

Quando o governo de Xi Jinping está pressionando até os próprios empresários chineses que atuam no exterior, como nos Estados Unidos e em todos lugares onde eles operam, que é praticamente o mundo todo, não se poderia esperar que Hong Kong estivesse fora da atuação prioritária do governo para centralizar o seu poder como na época de Mao. É até estranho que a revista The Economist lamente a falta de uma forte manifestação contra da Grã-Bretanha, que no passado já distante da guerra do ópio ficou com esta parte do território chinês, esta situação sim, muito excepcional.

Se o Ocidente não reagiu fortemente até quando um Prêmio Nobel faleceu diante da falta de um tratamento adequado na prisão, não seria de se esperar que algo mais expressivo ocorresse com um dissidente político sem uma atuação mais marcante por um longo período. Não resta dúvida que tudo isto é lamentável, mas o mundo, diante de um país como a China que está se tornando o mais influente no mundo, com a visível dificuldade dos Estados Unidos, principalmente do ponto de vista político, econômico e até militar, com os dois chocantes desastres de seus navios de guerra, parece dar mais importância ao pragmatismo de conformismo com esta situação.

São visíveis as dificuldades para a manutenção do atual status de Hong Kong, por mais que se possa torcer pelo sucesso de dois sistemas nesta pequena área, que já tinha alcançado num desenvolvimento invejável do ponto de vista econômico, do qual está se aproximando seus arredores totalmente chineses. Só se pode lamentar, pois do ponto de qualquer ação diplomática parece quase impossível qualquer reação.

É evidente que fisicamente as autoridades chinesas podem agir, sendo impossível que se mude as ideias destes dissidentes. Mas como seria possível uma ação que redunde em mudanças? Difícil de imaginar-se em curto prazo, esperando-se que, num longo espaço de tempo, a própria China acabe superando as atuais pretensões de Xi Jinping, o que deve demorar muito. Isto pode aparentar um pessimismo, mas parece ser uma consideração realista diante da atual determinação chinesa.


Um comentário para “A Situação de Hong Kong”

  1. Daniel Girald
    1  escreveu às 02:38 em 12 de dezembro de 2017:

    Parece um tanto óbvio que essa idéia de “um país e dois sistemas” estaria fadada ao fracasso. É melhor que as populações de HK e Macau comecem a se articular mais firmemente pela emancipação.


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