Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Pesca no Pacífico

25 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: , ,

clip_image002Todos entendiam no mundo que o Japão era o país do sushi e do sashimi, mas agora está se reduzindo aos pescados mais baratos como a cavala e a lula, quando outros países, inclusive a China, passaram a ser os maiores consumidores do mundo.

Um atacadista japonês recebe o saury do Pacífico, uma espécie de cavala, que não é dos peixes mais nobres. Foto do artigo no Nikkei Asian Review

O Japão nos seus períodos áureos chegou a receber 12 milhões de toneladas de pescado por ano, o que hoje já está reduzido a cerca de 4 milhões. Ao mesmo tempo, os consumos aumentaram na China, Coreia do Norte, Taiwan e nos Estados Unidos, mesmo das variedades que são consideradas mais populares como a cavala, que é vendida industrializada. Há uma verdadeira guerra no Pacífico nas águas de alto-mar, fora dos limites marítimos de cada país.

O Japão vinha crescendo em produção de peixes por 16 anos consecutivos que culminaram em 1987, a partir do qual está em sensível declínio caminhando para a aquicultura, notadamente na produção das espécies mais nobres como o atum. O consumo mundial per capita de peixes e produtos marinhos mais do que duplicou no último meio século, devido à consciência que se trata de um produto saudável para a saúde humana, notadamente nos Estados Unidos e na Europa. A China, que tem mais de 1,38 bilhão de habitantes e não era uma grande compradora, passou a ser a maior consumidora do mundo, com sua pesca em alto-mar crescendo cerca de 20% ao ano. Há uma evidente sobrepesca notadamente nas áreas mais próximas do litoral.

Tenta-se estabelecer um acordo internacional para toda esta pesca, o que é extremamente difícil. O chamado saury, uma espécie de cavala que costumava contar com 150 a 180 gramas por peixe, agora só se consegue pescar com 120 gramas. Como existem muitas técnicas avançadas para as pescas, costuma haver atritos entre os pescadores de diversos países.

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Gráfico constante da matéria publicada no Nikkei Asian Review

Também se atribui os problemas às contaminações como as provocadas pelos desastres de Fukushima e o tsunami provocado pelo maremoto. Os acordos tentados não obtiveram sucesso até agora. Outros peixes utilizados para industrialização, como os enlatados, também estão em queda na pesca.

Mesmo os frutos do mar, como as lulas, estão em grande competição para as suas pescas, utilizando-se técnicas para que sejam feitas à noite com o mínimo de iluminação. As possibilidades de acidentes vêm aumentando, notadamente no Noroeste da Ásia, onde pescadores chineses, japoneses, coreanos estão competindo.

Dia chegará que todas as produções de peixes e produtos do mar acabarão, tendo que se recorrer à em cativeiro, que também apresenta problemas de pragas, por serem confinados e utilizando rações, exigindo que produtos químicos sejam usados para se evitar contaminações que estão ocorrendo em diversas espécies.



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