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Eleições Gerais no Japão

25 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , , , | 6 Comentários »

imageNum regime político parlamentarista como o do Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe aproveita algumas circunstâncias para dissolver o Parlamento e convocar nova eleição geral que possivelmente será realizada no próximo dia 22 de outubro.

O primeiro-ministro Shinzo Abe

No regime parlamentarista como do Japão, o primeiro-ministro pode dissolver o Parlamento e convocar novas eleições para ajustar o governo às novas circunstâncias que em que o país se encontra. Ele alega que o Japão está em crise, não somente porque a população japonesa está envelhecendo e se reduzindo, como a Coreia do Norte se apresenta como uma forte ameaça com os seus lançamentos dos foguetes e provas de sua poderosa bomba de hidrogênio. Mas todos sabem que ele considera que a oposição está desarticulada e o seu partido, o Liberal Democrata, pode obter no momento um reforço de sua bancada para continuidade do seu governo.

Mas o mundo passa por um período de grandes mudanças e a governadora Yuriko Koike conseguiu uma expressiva vitória nas eleições locais em Tóquio derrotando fragorosamente o Partido Liberal Democrata, apesar de ainda necessitar de tempo para se consolidar nacionalmente. Ela pode conseguir uma surpresa, pois os jovens aguardam renovações em diversos assuntos japoneses. Ela está apoiando o novo Partido Kibo no To, que significa a Porta da Esperança, aglutinando muitos descontentes existentes em diversas regiões do Japão. Yuriko Koike com uma longa experiência de comunicação social na televisão, tendo já ocupado cargos de grande importância no Japão, pode conseguir um sensível avanço nas suas pretensões futuras, ainda que a maioria ainda considere que o momento é prematuro neste ano. Ela pretende consolidar o seu prestígio presidindo as Olimpíadas de Tóquio de 2022, ao mesmo tempo em que vai demonstrando que está atualizada e dinâmica levando o Japão para um novo clima e patamar.

Muitas articulações estão em andamento, ainda que o tempo seja extremamente curto, algo em torno de um mês para as eleições. Mas há sinais que tudo caminha em grande velocidade e, mesmo que as condições lhes sejam adversas, sempre pode haver uma surpresa inesperada, ainda que a tendência japonesa seja sempre de um acentuado conservadorismo.

Mesmo assim observam-se alguns sinais de cansaço com as últimas décadas em que o Japão não conseguiu um dinamismo no crescimento de sua economia, bem como repetições das dificuldades da recuperação dos desastres de todos os tipos.

O novo partido vem conseguindo algumas adesões, principalmente do Partido Democrata que não conseguiu uma posição de destaque. Alguns membros do partido do atual governo também já aderiram ao novo, mas ainda não existem indicações de um forte movimento de renovação, que pode ser precipitado por algum acontecimento de expressão no Japão ou no mundo.


6 Comentários para “Eleições Gerais no Japão”

  1. Carlos Abreu
    1  escreveu às 19:35 em 25 de setembro de 2017:

    Em outro país, a manobra seria chamada de ‘golpe’. Forçar eleições emergenciais apenas para pegar a oposição despreparada, não tem outro nome, é golpe mesmo. Mudar a lei para poder se reeleger… esse Abe não brinca em serviço! E do jeito que os japoneses são resistentes a mudanças, deve conseguir manter-se no poder. É, o Japão afinal não é tão diferente do restante do mundo.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 16:04 em 26 de setembro de 2017:

    Carlos Abreu, ç

    Em todos os países parlamentaristas está prevista esta possibilidade de dissolução do Parlamento e a realização de eleições gerais, de forma que o governo esteja ajustado às mudanças de posição do eleitorado. Se estiver fazendo um bom governo, acaba fortalecendo sua posição, e se não, provoca a queda sem nenhum trauma, de forma natural.

    Paulo Yokota

  3. Fujii Masayoshi
    3  escreveu às 00:16 em 5 de outubro de 2017:

    Carlos, Abe não mudou a lei para dissolver o parlamento, ele apenas usou estrategicamente o que está definido desde antes, mas a oposição realmente está despreparada, são tão irresponsáveis que nem sabe como reclamar, pois na verdade é culpa deles que Abe está fortalecendo sua influência.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 05:00 em 7 de outubro de 2017:

    Caro Fuji Masayoshi,

    Cada um pode ter a sua interpretação, mas não está assegurada que é a correta.

    Paulo Yokota

  5. carlos abreu
    5  escreveu às 11:50 em 7 de outubro de 2017:

    O partido do Abe (PLD) no inicio do ano de 2017, conseguiu mudar a lei que impedia que um Primeiro Ministro acumulasse 3 mandatos em sequencia. Ele teria obrigatoriamente que entregar o cargo até 2018, Portanto, ele mudou sim a lei, para seu benefício. Quanto a dissolver a Casa, é uma possibilidade prevista pela lei, mas que foi utilizada, como eu disse, como uma estratégia para frear a oposição. Os japoneses porém, são tão passivos e conservadores, que diferente de outras culturas, onde a oposição aparece sempre como antídoto à situação, no Japão deve dar Abe e sua politica de aumentar impostos e mendigar na porta dos americanos.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 08:00 em 8 de outubro de 2017:

    Caro Carlos Abreu,

    Pelo que sei houve no Japão muitos Primeiros Ministros que tiveram muitos mandatos. Shinzo Abe está sendo acusado de não ter conseguido resultados expressivos e participado de alguns beneficiamentos a empreendimentos de direita. Mas, como V. afirma os japoneses são conservadores, temem os riscos com a Coreia do Norte, mas Shinzo Abe ainda pode colher dificuldades no futuro próximo.

    Paulo Yokota


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