Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Empresas Usam a Ciência Para Defender Seus Interesses

13 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Todos sabem que os interesses empresariais envolvidos com refrigerantes e alimentos industrializados que usam a carne vermelha são importantes. Um artigo publicado por Deena Shanker no site da Bloomberg teve acesso a e-mails de antigos dirigentes destas empresas que discutem suas estratégias para neutralizar trabalhos de entidades científicas que lhes são danosos. Os exemplos abaixo são utilizados, pois os nomes das empresas foram mencionados no artigo.

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Refrigerantes açucarados e alimentos industrializados que usam carnes vermelhas estão sendo obrigados a mudar seus produtos diante das críticas de contribuírem para a obesidade de muitos seres humanos

Muitas das entidades científicas que fazem pesquisas que acabam sendo danosos aos interesses comerciais de grandes organizações recebem recursos das mesmas para os seus trabalhos. A Bloomberg localizou alguns e-mails de 2015 trocados pelos seus antigos dirigentes onde estabelecem diretrizes para evitar estes patrocínios, que geram artigos publicados como na revista Critical Public Health.

Os e-mails foram trocados por antigos dirigentes como da IFIC – International Food Information Council Foundation com dois ex-executivos da Coca-Cola e do ILSI – International Life Sciences Institute. E se referem possivelmente a um roteiro para a indústria alimentar lidar com desafios científicos. Também procurar estimular dúvidas sobre trabalhos científicos como os relacionados com o uso do tabaco.

A Coca-Cola afirma num e-mail que tomou várias medidas para se tornar uma empresa para prevenir a obesidade, com a redução do açúcar na sua principal bebida. Também em 2015, logo após o Comitê Consultivo de Diretrizes Alimentares lançar o seu relatório, a IFIC enviou um e-mail para os jornalistas incluindo temas como a ciência conflitante sobre a limitação da carne vermelha, diante de provas insuficientes destes trabalhos. Uma revisão patrocinada pela IFIC acabou sendo publicada no The Annais of Internal Medicine dizendo que as diretrizes sobre o açúcar na dieta não atendem aos critérios para recomendação confiáveis e são baseadas em evidências de baixa qualidade.

Alex Malaspina, ex-executivo da Coca-Cola e presidente fundados da ILSI, é dos mais ativos nestes movimentos e induziu Michael Ernest Knowles, ex-vice presidente de Assuntos Científicos e Regulatórios Globais da Coca-Cola e ex-presidente da ILSI, a recomendar “a geração de ciência de consenso credível sobre as questões que atingem a indústria – obesidade e fatores causais, açúcar, baixa ou nenhuma caloria de segurança de edulcorantes – em particular, temos que usar organizações externas, além de qualquer trabalho que comissionamos diretamente”.

Apesar destas controvérsias, o fato concreto é que a mídia mundial vem pressionando pela redução do uso do açúcar, do sal e das gorduras saturadas e as empresas que trabalham com produtos que envolvem estes conteúdos, entre outros não considerados saudáveis, procuram demonstrar que seus novos produtos estão seguindo as recomendações mais amplas, ainda que existam muitos consumidores que estão procurando produtos mais saudáveis, naturais, que evitam o uso de substâncias que possam gerar mesmo dúvidas.



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