Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Principais Pronunciamentos nas Reuniões da ONU

21 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Desde a fundação da ONU – Organização das Nações Unidas, o presidente do Brasil, tradicionalmente, é o primeiro chefe de estado que faz o pronunciamento na Assembleia Geral. Este privilégio parece decorrer de uma compensação para o Brasil que foi relevante na criação dessa organização internacional não tendo possibilidade de figurar como membro permanente do Conselho de Segurança. Logo depois, falou o presidente dos EUA, Donald Trump. A vantagem deste privilégio brasileiro é que todos estão ainda atentos, aguardando o que os Estados Unidos, que continua tendo relativa relevância mundial, colocarão.(Presidente Michel Temer faz pronunciamento na Assembleia Geral da ONU)

Entre muitos outros assuntos, o presidente Michel Temer informou que o desmatamento na Amazônia foi reduzido, o que é colocado em dúvida por muitos analistas brasileiros, sabendo-se que ele tentou cancelar uma reserva mineral no Estado do Pará, no que acabou sendo demovido. No geral, suas ações dão preferência à regularização de invasões de reservas na região, além do aproveitamento empresarial de reservas minerais que vão contra as tentativas de preservação máxima das florestas.

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Primeiro pronunciamento do presidente dos EUA Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, num tom pouco diplomático com relação à Coreia do Norte

Mesmo sabendo que Donald Trump costuma fazer pronunciamentos polêmicos, todos esperavam que ele fosse mais diplomático na ONU, mas o seu discurso seguiu o seu estilo pessoal que choca a muitos. Diversos analistas ficaram surpresos que as divergências com a Coreia do Norte no lançamento de foguetes e prosseguimento das produções de armas nucleares, inclusive de hidrogênio, fossem colocadas de forma tão agressiva, mas sem nenhuma consequência prática. O que poderia ser eficiente é o corte de combustíveis para armas nucleares e lançamentos de foguetes, mas tudo indica que possivelmente a China e a Rússia não cooperam neste sentido. Nos posicionamentos geopolíticos sempre interessam a muitos os desgastes dos Estados Unidos. que conta atualmente com uma liderança, no mínimo, controvertida.

No geral, a maioria dos países participantes da ONU entende que seus custos são elevados e os benefícios são modestos. Mesmo o Brasil teve períodos em que suas contribuições não eram pagas. Os diplomatas, interessados em postos na organização, entendem que estes organismos internacionais são importantes, pois muitos acabam recebendo remunerações, além das que recebem de seus governos.

Quando se verifica que o Conselho de Segurança decide contra a Coreia do Norte por unanimidade, mas não consegue nenhum resultado prático, algo indica que a ONU não tem mais a relevância que tinha no passado. Lamentavelmente, estes organismos internacionais não possuem o poder para pressionar os países membros. Outros casos, como da Venezuela, do Oriente Médio e da África, mostram que as pressões são quase morais, quando muitos países no mundo não estão com disposições para uma convivência razoável com os demais membros.

Tudo acaba aparentando que, infelizmente, a ONU se tornou um circo relativamente custoso, onde alguns pronunciamentos podem ser divulgados por todo o mundo. Há que se procurar formas mais eficientes para resolver os problemas internacionais, mas a intervenção externa em países independentes parece muito problemática em qualquer circunstância, mesmo que homologada por um organismo internacional.



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