Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Rara Colocação Política da Grande Imprensa

25 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Ainda que todos saibam da posição de que a maioria dos governos atende aos interesses dos que promovem os anúncios que ajudam a sustentar a imprensa privada, a Folha de S.Paulo publica um longo artigo mostrando que a pauta do atual governo de Michel Temer apresenta um viés nitidamente conservador.

Foto publicada na Folha de S.Paulo da homenagem da Lide do Grupo Doria ao presidente Michel Temer

O grupo Folha de S.Paulo marca um significativo tento publicando o artigo preparado por Ranier Bragon, Angela Boldrini, Natália Cancian, Rubens Valente proveniente de Brasília que pode ser considerado um marco de sua independência editorial. Mesmo os que costumam ler o que é publicado no Brasil ou no exterior, raras vezes observa tal qualidade que deixa claro a curta visão do atual governo brasileiro considerado de transição. Num sistema democrático, o voto da grande massa que não é dos privilegiados costuma contrabalancear o poder econômico, mesmo quando não está devidamente organizado, o que acontece, infelizmente, em todo o quadro político brasileiro no momento, que não permite visualizar claramente o que poderá acontecer nos próximos anos no país.

Examina-se as reivindicações dos empresários e dos que defendem posições conservadoras, como dos ruralistas, ao lado dos que se posicionam a favor das medidas de segurança que está sendo denominada bancada da bala ou da ampla proliferação da gama chamada indevidamente de evangélica. A matéria observa que elas estão atendidas na sua maioria, mesmo a custa de pesados encargos orçamentários. Da CNI – Confederação Nacional da Indústria, das 36 propostas apresentadas, afirma que 29 avançaram nos seus atendimentos, postergando seus privilégios fiscais que derrubaram as receitas públicas. Dos ruralistas, 17 considerados prioritários, 13 estão sendo atendidos havendo ainda os que estão em discussão, como consideram os líderes do chamado Agronegócios. Não se menciona o que interessa ao setor financeiro da economia brasileira, mas verifica-se que seus altos lucros foram mantidos pelo atual governo mesmo nos períodos em que todos foram afetados nos seus interesses, chegando a registrar prejuízos.

Este site vem mencionando que parte do patrimônio nacional, quer de recursos fundiários, florestais ou minerais também está beneficiando os interesses dos poderosos. As tendências positivas da privatização não estão sendo cercadas de medidas para eventuais controles dos sistemas monopolísticos privados, pela deficiência de atuação das agências oficiais que deveriam estar encarregadas destas tarefas. Muitos ambientalistas e os que se preocupam com os indígenas estão registrando alguns retrocessos nas suas defesas.

Os governistas ressaltam as recuperações dos consumos, mas não observam que reservas das populações foram liberadas quando deveriam servir para eventualidades mais graves, não se tratando de recursos oficiais, mas da própria população. Certamente não se trata de uma benesse do governo, que só transfere os recursos tendo que os cobrar de alguém, pois as autoridades não criam riquezas.

O governo vem dedicando especial atenção às reuniões com os representantes do setor empresarial, mas outros setores como da Saúde, da Educação, da Previdência Social e da pesquisa não têm sido contemplados. O governo enfatiza a divulgação unilateral de suas posições e supostas realizações até de forma exagerada, mas não consegue a melhoria de sua imagem popular. No fundo, o povo sabe julgar o que está acontecendo, não se deixando enganar facilmente.

Tudo isto está enfatizado pelo artigo, mostrando os atendimentos efetuados pelo governo que se concentram nos interesses dos privilegiados da sociedade brasileira, ficando os encargos de tais benefícios com os que não conseguem se livrar das imposições governamentais. Mas todos sabem que nas eleições estas distorções serão cobradas das atuais autoridades e dos seus parceiros, o que leva à conclusão que as avaliações só resultam em benefícios de curto prazo, pois num horizonte mais amplo não se pode aguardar os benefícios para os que compõem o atual governo, lamentavelmente.



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