Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reforma Estrutural da Economia Chinesa

18 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

No mês de outubro, as máximas autoridades do Partido Comunista Chinês se reunião para decidir a política que será executada naquele país, incluindo a do setor econômico no próximo quinquênio. Tudo indica que os chineses procuram analisar todos os aspectos do país de uma forma sistêmica.

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Gráfico constante do artigo publicado no Yomiuri Shimbun

Um artigo de Satoshi Saeki foi publicado no Yomiuri Shimbun, com base nas informações fornecidas por Liu He, diretor do Office of the Central Leading Group on Financial and Economic Affairs da China, considerado a personalidade de confiança do presidente Xi Jinping, que vem fortalecendo sua posição na cúpula do governo chinês. Seria de extremo interesse que o Brasil acompanhasse o desenrolar dos acontecimentos naquele país, pois algumas de suas formas de atuar podem ser adaptadas por aqui.

Ao contrário do que muitos imaginavam, de que a economia chinesa continuaria dependendo fortemente dos investimentos em ferrovias rápidas como parte da infraestrutura, mesmo com maior atenção ao mercado interno, observa-se a importância do consumo no passado recente, que deverá estar sendo ampliando no próximo período. Deve-se observar que Liu He estudou em Harvard e Xi Jinping o apresentou a Barack Obama como um auxiliar chave e tudo indica que era será um dos novos membros a ter importância na cúpula governamental chinesa.

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Gráfico publicado no The Japan News mostrando o crescimento recente de novas empresas na China

Liu He é considerado um burocrata econômico reformista e é um dos fundadores do Chinese Economists 50 Forum, que começou com proeminentes economistas na segunda metade da década de 1990 e hoje está ligado a um poderoso grupo ligado a Xi Jinping. Eles preveem a possibilidade da economia chinesa comportar-se com uma curva L, com redução do crescimento seguido de sua estabilização.

Tentando evitar a armadilha da renda média, o novo normal seria impulsionar o lado da oferta para chegar a uma nação avançada na China. Utiliza-se o chamado fintech, que combina tecnologia com financiamento, como pelo uso do smartphone. Procura-se corrigir as estatais e seus endividamentos, que dependem de um complexo sistema financeiro chinês.

Fusões estão sendo estimuladas entre as estatais, bem como algumas privatizações, o que sempre apresenta problemas para reduzir o endividamento. Nem tudo aparenta uma economia de mercado, como conhecido no Ocidente, mas parece ser a forma chinesa de resolver os problemas. As tarefas a serem executadas não são poucas e nem fáceis, mas são mudanças indispensáveis na economia chinesa a serem enfrentadas nos próximos anos.

Mesmo se tratando de um sistema autoritário, não se imagina que Xi Jinping possa fazer tudo que deseja. A economia sempre tem constrangimentos insuperáveis que precisam ser observados.



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