Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist e os Jovens Empreendedores Chineses

22 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Aqueles que estavam impressionados com os gigantescos grupos chineses, como o Baidu, Alibaba e a Tencent, já consolidadas no mundo globalizado, estão vendo que eles estão sendo ofuscados pelos novatos empreendedores chineses como a Didi Chuxing, que persegue a Uber da América, e a Ofo, uma nova empresa que promove o compartimento de bicicletas e que está se tornando global. (Ilustração do The Economist sobre os novos promissores chineses empreendedores)

Havia um ditado nos bons tempos, quando o Brasil crescia rapidamente, afirmando que quem não corresse seria atropelado. Hoje, os jovens empresários chineses estão voando e quem estiver só correndo será ultrapassado facilmente. Em Shekou, na China, nas proximidades de Hong Kong, uma conferência organizada pela TechCrunch, editora de tecnologia do Vale do Silício, mostrou que os grupos como a Baidu, a Alibaba e a Tencent estão sendo ofuscados pelos jovens empreendedores chineses, conforme artigo na nova edição do The Economist.

A nova geração de jovens empresas chinesas é inovadora, audaciosa e de mentalidade global. Os investidores de venture capital (VC) estão apostando nelas estimando-se que os aportes dos recursos cheguem a US$ 77 bilhões entre 2014 a 2016, comparando com US$ 12 bilhões entre 2011 e 2013.

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Quadro constante do artigo no The Economist, referente somente a 2016

Os 89 unicórnios da China (startups avaliados em mais de US$ 1 bilhão) já estão estimados em US$ 350 bilhões.

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Gráfico mostrando que os chineses em valores nestas grandes startups já se aproximam dos norte-americanos

O artigo informa que a China já conta com 609 bilionários, ultrapassando os dos Estados Unidos com 552. Além de atuarem no seu país, eles já estão também no exterior. Sua cultura é eminentemente de empreendimentos, tradicional entre os chineses. É de fazer inveja aos brasileiros que estão quase parados nestas inovações.

O The Economist aponta três razões principais para este movimento: a China já se tornou a segunda economia do mundo recentemente com um ritmo de crescimento elevado, usando linguagem e cultura mais homogênea que na Europa e conta com banda larga sem fios em todo o país, além de uma infraestrutura que o integra. Os consumidores chineses são vorazes no uso de novas tecnologias, sendo que suas formas de pagamentos usando os meios móveis chegaram a US$ 8,6 trilhões contra somente US$ 112 bilhões dos Estados Unidos. As estatais chinesas são ineficientes e os novos empresários privados com tecnologias inovadoras cativam os seus consumidores substituindo-as.

As autoridades chinesas, para manter o crescimento de sua economia, apoiam as novas iniciativas privadas, sendo que os usos dos veículos elétricos são um exemplo que está mais acelerado que nos Estados Unidos. A China deve proibir o uso de motores a gasolina antes de outros países, possivelmente em torno de 2040. Além da empresa chinesa Nio, outras estrangeiras estão acelerando a produção dos veículos elétricos naquele país. O uso da bicicleta também procura reduzir os problemas de poluição, até no exterior, com empresas estimadas em US$ 3 bilhões em seus valores. O problema do tráfego na China está sendo enfrentado com tecnologia, inteligência artificial, chegando à possibilidade de condução autônoma dos veículos. Os chineses não possuem o apego aos automóveis como os norte americanos, o que permite o uso de transportes de massa ou compartilhado. Há possibilidade de alugar-se de tudo, inclusive guarda-chuva naquele país.

A frente relacionada com a saúde é outra onde meios criativos de atuação estão sendo utilizados para superar a fraca presença governamental. Há uma concorrência feroz entre as novas empresas privadas chinesas usando uma gigantesca massa de informações das pessoas e doenças, maior do que nos Estados Unidos, para acelerar seus estudos. É um dos exemplos onde estão atuando as novas iniciativas das startups chinesas.

Se o Brasil não acordar rapidamente sobre estas iniciativas, vamos ficar muito longe, ficando impossível alcançá-los.



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