Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uso Distorcido das Cotações das Bolsas de Valores

12 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Muitos analistas e políticos procuram versões distorcidas sobre as cotações que ocorrem atualmente na Bolsa de Valores, como se fossem expressivas indicações de recuperação da economia brasileira de forma saudável. Um pouco de cautela nas suas interpretações, que envolvem muitos riscos e são para os profissionais nestas atividades, poderia ser recomendada a todos.

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Cotação de pouco mais de 10 anos do Índice do Bovespa, constante da Folha de S.Paulo

De início, estas cotações são nominais e o gráfico acima fornece os dados dos últimos 10 anos, quando ocorreu uma inflação que precisa ser considerada. São da natureza das bolsas as variações diárias e os índices são compostos de muitas ações, entre elas as que subiram como as que caíram. A não ser que o operador esteja trabalhando com uma cesta de ações, é difícil a sua coincidência com estes índices.

Aqueles que são profissionais nestas atividades procuram se cercar destas cautelas, além de disporem de informações rápidas que procura mostrar as ações que estão baratas no momento, com potencialidade para crescimentos, o que exige análises cuidadosas e muitas informações. Existem também muitas especulações nestes mercados e costuma serem agregados em fundos, sendo que muitos que operam com elas acabam ficando com os melhores resultados, deixando os menos favoráveis para os clientes que não estão tão envolvidos nestas operações.

Lamentavelmente, os meios eletrônicos atuais permitem a realização de lucros quase instantaneamente, beneficiando os profissionais que também ficam com algumas margens normais, ganhando tanto na alta como na baixa pelos seus serviços. Muitos operam também por suas contas, além das ordens dos seus clientes.

Para os que atuam no mercado financeiro existem outros papéis como os do Tesouro que, mesmo não proporcionando resultados tão espetaculares, minimizam seus riscos com flutuações mais lentas. As ações são aplicações que devem ser mantidas por um longo tempo, mesmo com as suas violentas flutuações, envolvendo muitos riscos de diversas naturezas. Não se trata de jogo para resultados de curto prazo.

Os bons investidores em bolsas costumam analisar tanto o comportamento geral da economia brasileira, como cada um dos setores, bem como as diversas empresas que possuem suas ações no mercado. Mais do que comprar ações promissoras cujas cotações já subiram, o segredo costuma estar nas boas compras de ações que estão com suas cotações baixas.

Mesmo que os aplicadores sejam aconselhados por bons profissionais de corretoras e bancos, há que se considerar que todos estão trabalhando com papéis envolvendo riscos. Os realmente profissionais costumam ganhar na média de um grande número de operações efetuadas ao longo do tempo. Lamentavelmente, todos que atuam neste mercado são contaminados pela psicologia coletiva, que geram climas de euforia como de depressão.



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