Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Apostas de Gastos Asiáticos Sem Garantias de Receitas

6 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Ainda que os asiáticos tenham sido responsáveis com gastos públicos adicionais sem a garantia das receitas para tanto, dois casos na China e no Japão mostram que apostas estão sendo feitas diante das necessidades políticas.

Chineses pretendem ampliar em 20 mil quilômetros as linhas de trens rápidos para estimular a manutenção do crescimento de sua economia, conforme consta do site no Nikkei Asian Review

Ainda que os custos dos trens rápidos na China sejam elevados, principalmente com o aumento de suas velocidades de 300 para 350 quilômetros por hora, como na ligação de Beijing para Xangai, a necessidade de manter alta a taxa de crescimento de sua economia vem forçando esta aposta da ampliação da rede de trens rápidos no atual governo de Xi Jinping, que pretende consolidar um novo mandato com a colocação de seus auxiliares mais diretos nos postos chaves do país.

Algo parecido também está acontecendo no Japão, onde o governo de Shinzo Abe reconhece a necessidade de aumento dos impostos sobre as vendas do atual 8 para 10%, sendo que metade dos recursos adicionais seria destinado à redução de sua dívida pública e a outra metade para gastos como para estímulo do aumento de crianças, diante da redução e envelhecimento de sua população. Todos reconhecem que existem riscos da atual aceleração da recuperação da economia japonesa seja abortada por esta elevação dos tributos. Os partidos oposicionistas que estão se consolidando são contra esta elevação de tributos, mas não esclarecem de onde serão retirados os recursos para a aceleração da recuperação de sua economia.

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Venda de produtos que os japoneses costumam utilizar nas campanhas eleitorais, principalmente o daruma usado para os desejos que, quando atingidos, são completados nas suas pinturas como dos olhos

Como tudo está sendo decidido com rapidez, estas indicações aparentam ser apostas sem que estudos mais detalhados estejam elaborados, com os investimentos ficando restritos às disponibilidades dos recursos, pois são projeções que ainda dependem do que acontecerá nas suas economias como no restante da economia mundial.

É evidente que os estudos estão sendo aprofundados, ao mesmo tempo em que se articula com outras facções políticas visando resultados melhores nas próximas eleições. As eleições japonesas estão previstas para 22 de outubro próximo, o que exige uma campanha rápida. Até o momento tudo indica que os conservadores japoneses tendem a apoiar Shinzo Abe, mas a dinâmica política que está ocorrendo em todo o mundo aponta no mínimo o aumento da oposição no Japão. Sempre podem ocorrer surpresas, ainda que sejam mais difíceis naquele país, pois também existe um certo cansaço com o atual governo que não vem obtendo os resultados esperados.



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