Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Difícil Problema da Saúde no Brasil

9 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , ,

clip_image002Uma entrevista concedida pelo doutor Claudio Lottenberg à Folha de S.Paulo, baseada em sua longa experiência das diversas funções que já exerceu relacionado com a saúde, dá uma boa visão dos problemas existentes.

Doutor Claudio Lottenberg

Claudio Lottenberg é um médico oftalmologista, continua presidente do Conselho da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein e é presidente do United Health Group, que controla a Amil. Sua longa experiência em funções tão variadas o credenciam a colocar os principais problemas que afetam a saúde no Brasil, que nem todos podem entender observando de ângulos que muitas vezes apresentam interesses antagônicos.

Sua observação principal é que os brasileiros que viviam até a algumas décadas 40 anos, agora vivem 80, sendo natural que os idosos demandem mais serviços de saúde, o que exige recursos que nem todos entendem que precisam ser providos pela população, pois governos e entidades privadas retiram de alguns para custear outros, não havendo milagres, mas desperdícios que podem ser reduzidos.

Os que atuam no setor privado, inclusive beneficente, sempre entendem que suas atividades necessitam estar equilibradas econômica e financeiramente, proporcionando resultados que permitam remunerar os investimentos efetuados ou a manutenção de custosos equipamentos e instalações que vão se aperfeiçoando ao longo do tempo. Os encargos mais pesados acabam ficando com o governo, notadamente nos procedimentos de alta complexidade que são também os mais custosos, exigindo cada vez mais recursos que nem todos os contribuintes entendem que sejam necessários.

Todos reconhecem que existem muitos desperdícios que não se restringem ao setor público, pois também nas atividades privadas nem todas as informações são adequadamente aproveitadas na tentativa de redução dos custos da saúde. Muitos medicamentos e procedimentos até desnecessários continuam sendo ministrados de forma incorreta para beneficiar os laboratórios, os hospitais e os profissionais de saúde. Com o uso intensifico da chamada inteligência artificial, muitos destes gastos poderiam ser reduzidos, mas não existem intercâmbios entre os diversos setores visando estes resultados.

O que acaba acontecendo, principalmente no setor público, é que as filas e as mortes desnecessárias acabam acomodando as despesas aos recursos disponíveis. Há que se reconhecer também que os serviços de saúde apresentam grandes diferenças regionais, notadamente nas periferias das grandes metrópoles quando comparados com os destinados aos que podem pagar adicionalmente por estes serviços, até de forma privada, sem estarem cobertos por planos de saúde, que são a grande maioria.

O que está sugerido na entrevista de Claudio Lottenberg para a jornalista Cláudia Collucci é que existem espaços para economias que possam ampliar muitos dos serviços de saúde. O que não foi tratado na entrevista é a possibilidade de redução dos monopólios ou formas monopolísticas, notadamente do setor privado, que poderia proporcionar vantagens adicionais, para o que não parece que estejam desenvolvidos esforços.

O que se recomenda fortemente é que todos os interessados em assuntos relacionados com a saúde leiam na íntegra a entrevista que pode esclarecer muitos aspectos relevantes.



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