Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Às Vésperas do Congresso do PC Chinês

18 de outubro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002O jornalista Daniel Rittner, do Valor Econômico, foi convidado pela embaixada chinesa em Brasília para visitar a China e observar, entre outros projetos, a Ponte para o Futuro de 55 quilômetros e a Megalópole, versão 2.0, sobre as quais publicou artigos no seu jornal.

Foto da ponte de 55 quilômetros que liga Hong Kong – Zhuhai – Macau publicada no Valor Econômico, que fica em torno de uma baía

Todos sabem que Hong Kong esteve por um longo período sob o domínio do Reino Unido e Macau, de Portugal, desde a Guerra do Ópio, sendo das regiões chinesas mais povoadas, no delta do Rio das Pérolas, junto ao Mar Sul da China. Voltaram na década de 1970 ao domínio da China, havendo alguns acordos que preservam para Hong Kong o princípio de um país, com dois sistemas. Alguns consideram que a baía onde eles se localizam chegaria a rivalizar com a Rio de Janeiro em beleza natural, com o que os brasileiros evidentemente não podem concordar. A sua localização favorece o intercâmbio com o resto do mundo, ficando próxima do Japão, de Taiwan, da Coreia do Sul e do Sudeste Asiático, que possuem elevada importância econômica.

Mais recentemente, toda a retaguarda chinesa destas cidades passou por um rápido desenvolvimento, notadamente Guandzhou, e a China passa a considerar a região como a Megalópole 2.0, uma espécie de motor do crescimento econômico chinês.

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Região considerado o motor do desenvolvimento chinês. Mapa publicada no Valor Econômico

Mas os chineses consideram que alguns ajustes terão que ser realizados, como depender menos das exportações, utilizando a capacidade de consumo do mercado interno. Também as estatais que vinham sustentando o desenvolvimento chinês está sendo, parcialmente sucateada, principalmente as mais poluentes, com investimentos privados com maior flexibilidade e competitividade. As pesquisas estão sendo fortemente estimuladas nas centenas de laboratórios para a introdução de novas tecnologias, como o uso intensivo de veículos elétricos substituindo parte dos combustíveis poluentes.

Muitos drones estão sendo utilizados e os supercomputadores chineses voltam-se também para a pesquisa espacial. As explorações em águas profundas dos oceanos estão em ativo andamento. Quem imagina que a China continua tirando partido de seus recursos humanos baratos está enganado, pois os salários estão em elevação, exigindo uma robotização crescente.

O volume do que a China investe em infraestrutura de transportes rápidos é impressionante, tornando seus trens-bala competitivos internacionalmente. Os ganhos com as intensificações das integrações regionais são expressivos.

Tudo isto seguramente será discutido no 19º Congresso do PCC, mas nem tudo será divulgado, mantendo-se como orientações internas do país, a que os estrangeiros têm pouco acesso.



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