Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Dramático Brasil Real

13 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Um artigo de Maria Cristina Fernandes, publicada no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, mostra a dura realidade que se encontra com frequência em partes do Brasil, como a situação de algumas regiões do Rio Grande do Norte, onde a população procura sobreviver trabalhando com salários mais baixos do que da China, na indústria de confecções. Hoje, países como o Vietnã e o Camboja passaram a produzir estas confecções, com os quais o Brasil precisa competir. (Costureiras terceirizadas contestam promotoras em gravações distribuídas pelas redes sociais)

Lamentavelmente, muitos funcionários públicos precisam se prender às interpretações das medidas preconizadas pelas autoridades que pouco correspondem à dura realidade do Brasil real. Uma gravação distribuída nas redes sociais apresenta a chocante realidade onde estes fatos comuns são mostrados para aqueles que acreditam que meras decisões burocráticas podem mudá-la, como se observou em São José do Seridó, no Rio Grande do Norte. Este tipo de problema ocorre com grande frequência no Brasil, referindo-se não somente as questões trabalhistas.

“Senhora promotora, se eu perder meu emprego, a senhora vai dar de comer a mim e minha filha, a senhora vai pagar pelo estudo da minha filha? Vai pagar o meu aluguel, minha luz, meu supermercado?”. Muitos funcionários públicos acabam sendo algozes da população mais pobre quando deveriam ser os que levam os benefícios que deveriam ser proporcionados pelo governo.

Mesmo tendo sido autoridade do governo brasileiro, tive a oportunidade de percorrer pelas regiões mais pobres do país onde os funcionários públicos são sinônimos da opressão do governo, que só exigem o cumprimento de medidas que não são possíveis de serem totalmente cumpridos no Brasil real. O nível de desemprego em partes do Nordeste brasileiro está acima da média nacional, onde os pequenos sinais de recuperação ainda estão distantes e os mais modestos são obrigados a sobreviver em condições precaríssimas, com as terceirizações que ainda não estão suficientemente claras.

Os dados do IBGE que diferem em metodologia mostram que o salário médio em Seridó não chega a meio salário mínimo. Todos sabem que os que estão desempregados em qualquer região brasileira estão sobrevivendo com trabalhos informais e temporários que diferem do que seria desejável.

Os empresários da indústria de confecções procuram viabilizar seus negócios com a contenção dos seus custos, em grande parte com a terceirização dos serviços, disputando com o governo para não serem punidos por trabalhos considerados em condições semelhantes aos da escravidão. Os que conhecem a realidade nas regiões menos privilegiadas do Brasil, notadamente no meio rural, sabem que as condições adversas, agravadas pelas irregularidades climáticas, continuam impondo imensos sacrifícios para os menos privilegiados da população brasileira, ficando chocados com o que acontece no governo e nos segmentos políticos do país.



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