Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Problemas Com Muitos Remédios

16 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , ,

clip_image001O médico japonês Iwao Kuwajima, que se aposentou no Hospital Geriátrico Metropolitano de Tóquio, recebeu o prêmio da Associação de Jornalistas Médicos do Japão por ter escrito um livro mostrando vieses na promoção do Diovan, da Novartis, para a redução dos problemas de hipertensão.

As pesquisas que resultaram na recomendação da Diovan para problemas de hipertensão foram promovidas por pesquisadores patrocinados pelo laboratório

Lamentavelmente, têm ocorrido problemas com muitos remédios recomendados para tratamentos de variadas doenças por criminosas insuficiências de componentes com princípios ativos, no Brasil e em outros países. Também as pesquisas efetuadas para suas recomendações nem sempre obedeceram todas as técnicas estatísticas indispensáveis para trabalhos científicos, pois não foram comparados nos seus efeitos com os testes efetuados com grupos de referência que não utilizam estes remédios (não sabendo que não tinham estes componentes), entre outros estudos cuidadosos. Os interesses comerciais são grandes e nem sempre muitos envolvidos nestes trabalhos contam com as qualificações morais que seriam desejáveis, pois estão tratando da saúde de muitas pessoas.

Um artigo publicado por Tomoko Otake, publicado no The Japan Times, trata do assunto com mais detalhes, valendo a pena ser lido na íntegra. Outras notícias também devem ser conferidas, para evitar vieses a que todos estamos sujeitos.

Como afirma o doutor Iwao Kuwajima, se os efeitos fossem tão importantes beneficiando cerca da metade dos pacientes que usaram estes medicamentos estas drogas seriam rapidamente dominantes no mercado. O fato é que muitas publicidades são efetuadas com base em resultados mais modestos, com os preços destes medicamentos mais elevados quando comparados com outros existentes.

Também é preciso observar que muitos medicamentos ou tratamentos acabam tendo efeitos diferentes quando ministrados para idosos. Há, por exemplo, informações que a vitamina D nem sempre funciona para idosos a partir de uma determinada idade para insolação como da praia.

Também alguns medicamentos genéricos parecem que não apresentam a qualidade desejada, ainda que sejam mais baratos. Tem havido casos em que o mesmo medicamento no Brasil dê resultados diferentes com os importados, lamentavelmente. A fiscalização no nosso país não parece tão rigorosa como em alguns outros países.

No caso do Japão, as pessoas de etnia japonesa apresentam algumas diferenças fisiológicas (como de um intestino mais longo), e os hábitos alimentares parecem facilitar problemas de doenças no aparelho digestivo. O fato é que as autoridades japonesas, mesmo para medicamentos aprovados nos Estados Unidos, exigem exames clínicos com pacientes de ascendência japonesa, tanto da parte do pai como da mãe.

No fundo, tudo indica que a biologia é mais complexa do que parece, apresentando reações diversas dependendo das pessoas, o que acaba exigindo um acompanhamento médico competente.



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