Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Variados Modelos de Coabitação

30 de novembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002O site do Estadão traz algumas informações sobre experiências efetuadas no Brasil de coabitação para pessoas que estão se tornando idosas e cujos filhos ou parceiros podem até ter desaparecidos pelas mais variadas razões.

Mari Pini compartilha sua casa com mais cinco pessoas até encontrar uma cohousing conveniente. Foto constante do artigo no site do Estadão

O artigo publicado no site do Estadão sobre as experiências iniciais de cohousing no Brasil apresenta como se só houvesse vantagens neste sistema, quando na realidade isto está sendo forçado pela realidade onde as necessidades surgem em decorrência de pessoas que desejam compartilhar algumas despesas com outras, mantendo o máximo de sua privacidade. O que se multiplica são as chamadas casas de repouso, talvez para os mais idosos, que precisam ser ajudados em algumas tarefas, onde alguns desejam continuar contando com um espaço para a sua privacidade, tirando proveito de algumas necessidades que sejam comuns com outros participantes e cujos custos podem ser rateados entre os participantes. Nem sempre os familiares desejam ou podem continuar vivendo com eles.

A primeira experiência deste tipo no exterior que conheci foi na Áustria, que pareceu interessante, onde um edifício comportava pequenos apartamentos que permitiam aos idosos contarem com construções que não tinham elevadores nem escadas, mas rampas que facilitavam o seu deslocamento, sem que o conjunto fosse uma casa de repouso. Muitos tinham perdido seus parceiros e continuavam vivendo isolados, convivendo com outros nas atividades que lhes interessavam. As diversas tarefas eram divididas entre os participantes, por exemplo, um cuidando de atividades culturais, outros de esportivos, outros legais e tributários, outros de saúde etc.

Também são conhecidos alguns estabelecimentos que não aparentam ser casas de repouso, onde existem possibilidades de pequenas dependências que preservam o que mais interessa a cada usuário, como mobiliários com os quais estão acostumados com suas características individuais. Tivemos alguns amigos que construíram pequenos condomínios, tentando juntar antigos colegas que conviveram partes de suas vidas, mas sempre surgiam problemas que são usuais entre os que vão envelhecendo nos seus relacionamentos com os outros. Se já em condomínios normais surgem alguns problemas, mesmo que se procure aqueles que possam ter interesses comuns, as convivências com outros sempre tendem a criar alguns atritos na medida em que vão envelhecendo. Deve-se evitar esquecer os problemas que existem, como se tudo fosse cor de rosa, mas equacionar a dura realidade de muitos problemas que precisam adequadamente resolvidos.

Evidentemente estão ocorrendo muitos avanços como o envio dos sinais vitais para algum centro que cuide destas pessoas por meios de chips hoje existentes, como a evolução de sua pressão arterial, eletrocardiograma e outros dados mais comuns. Em muitos países existem sistemas que fornecem todas as informações sobre as atividades culturais ou esportivas que podem ser aproveitados por estes idosos, como no Japão. É preciso reconhecer os problemas mais graves se referem, normalmente, aos relacionados com a saúde.

Em alguns países existem sistemas de ronda de profissionais que se preocupam com os que vivem isolados, se estão tomando suas medicações, de suas alimentações, como de limpeza do local que habitam. No Japão, que tem relativamente um percentual muito elevado de idosos, estes cuidados se tornam indispensáveis.

Existem também algumas experiências interessantes onde estes idosos convivem com crianças, com benefícios recíprocos, em vez de muitos gastos com pets e outros animais de estimação. Há também casos em que existem robôs inteligentes que conversam com estes idosos, pois muitos dos problemas se relacionam com o convívio com outras pessoas, que, não existindo, estão sendo substituídos por máquinas, lamentavelmente.

O fato concreto é que mesmo em países emergentes como o Brasil existe uma tendência clara de aumento relativo de idosos, notando-se que em alguns bairros antigas residências de razoáveis dimensões estão sendo transformadas em locais para acomodarem os idosos, com uma ampla variação dos seus custos. Também se observam muitos grandes lotes que foram transformados em condomínios de razoável luxo, preocupando-se com a segurança que se tornou um problema grave no país, mesmo fora dos grandes centros urbanos.



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