Os Problemas dos Desmatamentos no Brasil

20 de dezembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: além das florestas brasileiras, estudos científicos sobre os danos no cerrado brasileiro, não estamos cuidando da preservação do meio ambiente

Um artigo do colunista da Folha de S.Paulo, Marcelo Leite, informa que cientistas, muitos brasileiros, publicaram “Who Owns the Brazilian Carbon?” na revista científica Global Change Biology, mostrando os danos causados no cerrado brasileiro, que foi devastado para a produção de cereais e criação da pecuária no desmatamento brasileiro.

Cerrado no oeste da Bahia em foto publicada no artigo da Folha de S.Paulo

O cerrado brasileiro que era aproveitado por uma pecuária extensiva, diante de uma topografia favorável para a mecanização da produção de cereais, ao mesmo tempo em que podia ser desmatado com baixos custos, utilizando o chamado “correntão”, que puxado por dois poderosos tratores eliminavam a relativamente frágil vegetação natural, permitiu uma rápida ampliação da produção da soja como do milho, ou o seu aproveitamento na pecuária mais intensiva.

Seriam indispensáveis que fossem mantidas as matas ciliares em torno dos poucos e pequenos rios, com um reflorestamento razoável. Hoje, observa-se uma redução das chuvas como na região do Vale do São Francisco, com o aumento das irregularidades climáticas que acabam afetando todo o Brasil.

O desmatamento do cerrado seria o campeão das emissões de gases que estão provocando o aquecimento global. Também o desmatamento na Amazônia que tinha reduzido 80% entre 2005 a 2012 voltou a aumentar. Os madeireiros e garimpeiros ilegais estariam aumentando estes desmatamentos com o respaldo da bancada ruralistas e do governo federal.

Haveria uma mudança no padrão do desmatamento, que do destinado à pecuária e a exploração dos cereais estariam passando para os pequenos produtores, inclusive posseiros. A própria aragem das terras para a produção dos cereais estaria liberando o CO₂, havendo os produtores que estão utilizando o chamado plantio direto para evitar estes problemas.

O trabalho científico tem como primeiro autor Flavio Luiz Mazzaro Freitas, do Instituto Real de Tecnologia da Suécia (KTH), que contribuiu com outros seis pesquisadores, aos quais se juntaram outros da USP e da Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola.

Parece indispensável que se crie uma cultura nacional para que estes e todos os demais desmatamentos sofram um ponto de inflexão começando a colaborar no aumento de florestas plantadas, se possível com amplas variedades de plantas como originalmente.