Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

2017 Favorável Para a Saúde no Mundo Teria Sido Também Para o Brasil?

23 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , ,

clip_image002Tudo indica que o otimismo de Melvin Sanicas, consultor da Organização Mundial da Saúde, tem seus fundamentos para avaliação positiva da saúde no mundo, mas poderia se dizer que o Brasil acompanhou esta tendência?

Doutor Melvin Sanicas, de saúde pública, especialista da Sanofi Pasteur – Asia, consultor da Organização Mundial da Saúde

No seu artigo publicado no Project Syndicate, ele cita 18 fatos que ocorreram no mundo para expressar sua avaliação que 2017 foi dos anos mais favoráveis para o avanço da saúde no mundo. O primeiro foi o recorde mundial das doações de medicamentos, registrado no Guiness, onde a contribuição relevante foi a da Fundação Bill & Melinda Gates, que foi acompanhada pela Bayer, Novartis, Pfizer e Sanofi Pasteur.

O tracoma foi eliminado na Índia, o mesmo tendo acontecido no México, Omã e Marrocos. Outro teria sido a eliminação do oncocercose humana que causa cegueira, visão prejudicada e infecções na pele.

Na sua lista, a seguinte seria infecção provocada pela guinea-worm disease que chegou a matar 3,5 milhões em 1986 e atingiu somente 26 casos no ano passado. A erradicação da lepra e os avanços nas vacinas em geral foram as seguintes, onde ele destaca a contra a febre tifoide, protegendo as crianças e a nova vacina para new shingles.

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Precárias condições para atendimento de pacientes carentes nos hospitais públicos no Brasil

Houve um expressivo avanço no combate ao sarampo, com quatro países dramáticos nesta moléstia, Bhutan, Maldivas, Nova Zelândia e Reino Unidos declarados sem esta moléstia. Mesmo na zika houve avanços na América Latina e Caribe, ainda que seus mosquitos continuem criando problemas no Brasil, com tendência para a sua diminuição.

A poliomielite ficou somente com 20 novos casos em 2017, com sua redução em 99% desde 1988. Espera-se que esteja totalmente erradicada neste ano. Foi criada a Coalition for Epidemic Preparedness Innovation (CEPI) com a ajuda da Alemanha, do Japão, da Noruega e da instituição de bem-estar britânica Wellcome Trust e a Fundação Bill & Melinda Gates, visando reduzir o tempo necessário para a produção de vacinas.

Segundo ele, grandes avanços no controle e prevenção de doenças foram feitos, reduzindo as taxas de mortes prematuras nas não transmissíveis como cardiovasculares, câncer, diabetes e condições respiratórias crônicas. Destaca-se o tratamento do câncer com a terapia com células T CAR das próprias células imunes dos pacientes para atacar os tumores.

Avanços ocorreram com relação ao tratamento do HIV. Mesmo empresas de alimentos adotoram a Visão Global para o Manejo de Antimicrobianos em Animais Alimentares.

Melvin Sanicas completa a sua lista com o Fórum Universal de Cobertura da Saúde realizado em Tóquio, onde os líderes mundiais se reuniram para discutir o acesso aos cuidados de saúde. Mesmo que o Banco Mundial e a OMS admitam que metade da população não possa obter serviços essenciais de saúde, o que é um problema de longo prazo.

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Longas filas para serem vacinados contra a febre amarela no Brasil

Com as condições econômicas indicando melhoras mundiais em 2018, espera-se que os problemas atuais de saúde sejam minorados, para não se assistir a longas filas como as que estão se registrando no Brasil, com cerca de 50% dos atingidos pela antiga febre amarela indo a óbito. Espera-se que o Brasil deixe andar na contramão do mundo, nas prioridades relacionadas com a saúde pública.



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