Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Difícil Posição do Governo Japonês Sobre Armas Nucleares

22 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Um artigo elaborado pela agência noticiosa Kyodo foi publicado no Japan Today informando sobre a pressão nacional e internacional para que o Japão se junte à proibição do uso de armas atômicas aprovado no ano passado pela ONU. Todos sabem que a posição japonesa é de vital importância por ter sido o único país que sofreu um bombardeio atômico e vem revelando uma posição contrária ao uso deste tipo de armamento, repetido anualmente em Hiroshima e Nagasaki, mas que está sendo tentado modificar pelo atual governo de Shinzo Abe.

Beatrice Fihn, diretora executiva da Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (ICAN), Daniel Hogsta, coordenador, Grethe Ostern, membro do comitê de direção, falam em uma coletiva de imprensa depois que o ICAN ganhou o Prêmio Nobel da Paz 2017, em Genebra, no ano passado. Foto constante do artigo publicado no Japan Today

Confesso que sou particularmente simpático a este movimento por ter colaborado por anos com o World Council of Churches, que tem sede em Geneve, Suíça, que vem liderando este tipo de movimento no âmbito internacional, tendo recebido em 2017 o Prêmio Nobel da Paz. Tenho a convicção que não são os artefatos nucleares que evitarão a disseminação mundial deste tipo de armamento, que só poderá ser banido por um entendimento político-diplomático internacional. Os atuais armamentos nucleares de hidrogênio são muitas vezes mais poderosos dos que os que foram utilizados em Hiroshima e Nagasaki e erros como os que estão sendo repetidos com alarmes falsos sobre o seu uso podem provocar uma calamidade, afetando não somente uma cidade, mas países de uma parte do mundo.

A notícia informa que mais de 100 assembleias locais do Japão pediram para o governo central que se junte à decisão tomada pela ONU. Se existe algum erro político naquele país é ter deixado a sua segurança externa nas mãos dos Estados Unidos que conta agora com um dirigente máximo no mínimo controvertido, que não poderá ser sanado com a posse de armamentos nucleares do próprio Japão. Desconfia-se com seguros fundamentos que, apesar da proibição constitucional daquele país, muitos destes armamentos são transportados por aviões e navios norte-americanos sem a comunicação prévia às autoridades militares japonesas.

Sempre se alegou que a posse de armamentos nucleares por alguns países poderosos tenderia a provocar uma inibição na sua produção em outras nações, mas o que vêm se observando é uma triste realidade muito diferente, infelizmente. Beatrice Fihn, a diretora executiva da campanha internacional, afirma que uma produção japonesa acabará estimulando a Coreia do Norte a aumentar o seu arsenal.

O assunto no Japão é controvertido, com a população se posicionando contra, mas até agora a Dieta parece suportar a posição do governo, uma situação que não pode perdurar por muito tempo.



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