Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Elevados Riscos do Bitcoin e Suas Causas Primárias

18 de janeiro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Sempre existem os que de um lado aceitam elevados riscos visando lucros fabulosos de curto prazo no mercado financeiro e de outros conservadores que aceitam remunerações mais modestas com baixos riscos. Entre estes extremos existe ampla gama de investidores/especuladores com suas características, todos movidos pelas suas ganâncias. (Os bitcoins são moedas virtuais, não havendo necessidade de fotos que só ajudam a visualizá-los)

Na origem dos problemas que começam a ser enfrentados nas ultimas semanas, aparecem claras as responsabilidades das autoridades monetárias que inundaram o mundo de liquidez, com a chamada “easing monetary policy”, que procurava socorrer o sistema financeiro mundial da possibilidade de um colapso sistêmico diante de suas aplicações exageradas nas operações imobiliárias sem o exame cuidadoso dos riscos envolvidos, que começou em 2007/2008.

Com argumentos teóricos, começou-se a difundir as moedas eletrônicas como o Bitcoin para utilizar a liquidez, que não contam com autoridades para o seu controle, pois elas são considerad\s menos eficiente do que o chamado mercado, sempre difícil de ser controlado. O problema pode contaminar também as tradicionais bolsas que recentemente começaram a se recuperar num ritmo elevado, ainda que dispondo de regulamentações razoáveis criados ao longo do tempo.

No meio destes vendedores e compradores espalhados pelo mundo existem muitos operadores/intermediários ágeis que sempre conseguem suas remunerações, além de contar com mecanismos eletrônicos de elevada rapidez para também participarem deste mercado com operações de seus próprios interesses. Os que esperam ser espertos para obter seus lucros acabam sendo as principais vítimas para arcarem com eventuais prejuízos.

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O mercado de moedas virtuais apresenta violentas flutuações

Todos sabem que não existem mercados que só sobem ou descem e são as violentas flutuações que mantêm os interesses de todos. Nem sempre é fácil identificar-se quando as bolhas já atingiram o seu máximo ou as baixas já perduraram o suficiente e sempre se consegue ampliar este mercado atraindo novos operadores. Os lucros são fáceis de ser identificados, os prejuízos costumam ser camuflados, como se todos pudessem ganhar sempre.

Há um razoável consenso que o sistema financeiro já esteve no seu auge, havendo uma tendência para remunerações mais razoáveis nas operações que continuam sendo feitas e que são indispensáveis para a economia real. Como existe uma convicção que as taxas de juros não podem ser negativas permanentemente, tanto o FED norte-americano como o Bank of Japan procuram formas que permitam juros modestos, ainda que positivos em termos reais. Todos estes mercados funcionam como vasos comunicantes, transmitindo influências que se propagam de um para outro.

Como as moedas virtuais passaram recentemente por um crescimento exagerado, muitos ficam com a impressão que haverá um ajuste que implicará na redução de suas cotações para níveis razoáveis que ninguém sabe onde estão. Mas os conservadores ficam com a impressão que estes ajustes podem ser fortes, pois parece difícil um mercado virtual funcionar sem nenhuma relação com o lado real da economia. Ninguém come ou veste bitcoin, havendo necessidade de convertê-los em bens que possam atender as necessidades humanas. Mas também existem serviços de toda ordem que não implicam em bens físicos, que tendem a crescer mais rapidamente que o lado real da economia.

É extremamente difícil provocar uma aterrissagem suave nestes mercados e os ajustes costumam ser dramáticos. O que se espera é que não hajam custos elevados neste ajustamento, onde as emoções são mais fortes que a racionalidade.



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